A ação de deixar para amanhã o que se pode fazer hoje é repetida incontáveis vezes
durante a nossa vida, por incontáveis pessoas, sem distinção de cultura, língua,
gênero ou idade. Nesse momento, alguém está procrastinando em algum lugar. É um
hábito comum, criticado e combatido como se fosse um mal da atualidade. Mas o
tempo para a preguiça nem sempre foi visto como um problema, muito pelo contrário:
"era nele que se produziam as ideias filosóficas, artísticas e políticas.”¹. Nossa relação
com o tempo, ao longo da história sofreu uma série de alterações para se adaptar a
métodos de trabalhos vigentes, ou preceitos religiosos. Absorvemos e naturalizamos
hábitos que, apesar da evolução tecnológica a favor do menor esforço, não conseguimos nos desfazer.
Meu objetivo com esse projeto é mostrar que a procrastinação não precisa ser encarada como a inimiga da produtividade, e que o tempo ocioso é fundamental para a
criatividade. Proporcionar uma reflexão sobre como cada um lida com o tempo ocioso
e com o tempo do trabalho, a importância que se aprenda a tirar prazer do ócio, e que
não fazer nada não significa a não produção de nada.