Cartografias do Brincar: ludicidades intergeracionais e apropriações do espaço público urbano
Este projeto de extensão investiga o brincar como linguagem intergeracional e prática de apropriação simbólica, material e subjetiva do espaço público. Parte da ludicidade como experiência que extrapola espaços planejados, considerando outros territórios cotidianos como espaços lúdicos de constituição de vínculos, subjetividades e pertencimentos. Fundamentado na pedagogia crítica (Freire, 2019; Giroux, 1986), na cartografia afetiva (Rolnik, 2016) e em abordagens urbanísticas de Lefebvre (2001), Jacobs (2011), Whyte (1980) e Gehl (2013), o projeto compreende a cidade como território educativo não formal, onde sujeitos de diferentes gerações negociam, resistem e reinventam o urbano a partir de seus corpos que brincam.
A metodologia articula observação etnográfica, percursos comentados, mapeamento sensível e oficinas participativas intergeracionais, buscando compreender como a ludicidade emerge em distintos contextos socioespaciais. Sem negligenciar a materialidade dos territórios do brincar, o projeto adota uma leitura crítica da dicotomia lugares e não-lugares (Augé, 1992), adotando uma perspectiva relacional (Massey, 2005) e crítica à fragmentação urbana (Caldeira, 2000; Rolnik, 2015), reconhecendo os espaços como suportes vivos de memória, disputa e invenção cotidiana. Todas as ações serão realizadas de forma colaborativa com as comunidades, promovendo escuta, coaprendizagem e devolutiva sensível. O projeto também estabelece diálogos intersetoriais com gestores, educadores e urbanistas, articulando planejamento, educação e justiça territorial.