Projetos
Cenários futuros para o ensino do design
O futuro é moldado por transformações históricas, especialmente as tecnológicas e sociais, o que enfatiza a importância das habilidades como empatia, criatividade e resiliência. Eventos marcantes, como epidemias e guerras, têm o poder de acelerar ou alterar mudanças já em curso na sociedade, como visto na pandemia de Covid-19, com a incorporação das ferramentas de tecnologia no dia a dia. A presente pesquisa foi elaborada com o propósito de contribuir com o entendimento dos impactos da pandemia no ensino, com objetivo principal de desenvolver cenários futuros para o ensino do Design no Brasil. O trabalho está dividido em quatro capítulos, o primeiro apresenta um panorama histórico das características do ensino do Design no Brasil. O segundo demonstra estratégias e desafios no ensino do Design durante a pandemia, identificados por meio de uma ampla pesquisa exploratória com diferentes métodos. No terceiro capítulo, as informações levantadas foram analisadas e transformadas em elementos para construção dos cenários, conforme metodologia de prospecção, o que culminou na definição de dois eixos direcionadores para os cenários, a ubiquidade digital e a consciência holística. O resultado, apresentado no capítulo 4, é a criação de quatro cenários futuros distintos: o cenário desejado, que serve como referência normativa e representa o ideal; dois cenários intermediários, que capturam nuances e variações, podendo favorecer mais um eixo do que o outro; e o cenário indesejado, também conhecido como cenário crítico ou adverso, que deve ser evitado. Os cenários não se configuram como previsões definitivas, mas sim narrativas que constituem uma plataforma de elementos para debates sobre o futuro, possibilitando a exploração de várias perspectivas dos interessados. Considera-se que o trabalho contribui para o campo, fornecendo insights para construção de um ensino futuro do Design no Brasil mais inclusivo, atualizado e, sobretudo, preparado para os desafios que estão por vir.
Projeto e autonomia: pressupostos pedagógicos para uma disciplina de Design na educação básica brasileira
A tese apresenta o campo do design como proponente de uma educação para o fazer, na forma de uma disciplina para integrar a educação básica do ensino público no Brasil. Uma disciplina de Design, que se propõe a desenvolver competências e habilidades relacionadas a projetar e a construir coisas. Tal proposição sustenta-se pela hipótese de que a falta de uma educação dessa natureza, no decorrer da história do país, possa estar diretamente relacionada aos problemas que enfrentamos em termos de projeto e de desenvolvimento econômico e social. Acreditamos que a implementação de uma educação para o fazer possa dar início a um processo de aprimoramento intelectual e técnico inédito da sociedade brasileira. E, além, que promova uma condição de autonomia, individual e coletiva. São quatro os conceitos fundamentais que alicerçam nossa proposição. O primeiro é a noção de autonomia. Vista aqui à luz da filosofia e das ciências sociais e políticas, apresenta-se como um fim, um objetivo desejável e para o qual destinam-se os esforços de se pensar uma educação para o fazer no Brasil. O segundo conceito é o campo dos ofícios artesanais. Suportada pela premissa de que fazer é pensar, a presença dos ofícios torna-se condição primordial para se propor uma educação para o fazer. São os ofícios que nos fornecem importante cabedal teórico e técnico para o implemento das atividades voltadas ao fazer manual, abrigando, de forma encorpada, os princípios pelos quais se desenvolvem as habilidades da mão, do olho e do cérebro. O terceiro conceito é a educação, como meio pelo qual um projeto dessa dimensão possa se estender, gradativa e consistentemente, à toda a população. O quarto é o próprio design, visto aqui não mais como uma parte dos processos de produção industrial ou artística, mas sim, de maneira mais ampla, como arte liberal e como retórica, conforme aponta Richard Buchanan. Desta feita, ele é evocado à tarefa de projetar o que quer que seja, inclusive, uma disciplina cujas bases residem nas práticas e no conhecimento acumulado pelo design. Destarte, o objetivo da tese é relacionar a proposta de uma educação para o fazer à promoção do senso de autonomia, por meio do design. Para isso, procede uma discussão acerca das relações entre os campos do design, dos ofícios artesanais e da educação, trazendo à tona questões pertinentes aos aspectos históricos e socioculturais brasileiros, de maneira a construir uma reflexão que acolha as particularidades do processo constitutivo do país. Com ganas de apontar um caminho, entre outros possíveis, para o alcance de uma condição de autonomia pelo Brasil, relacionamos o design à educação, por meio do ensino de projeto e práticas artesanais.
Oficina, faça, crie, projete. Uma imersão no processo de mudança em uma escola pública.
O projeto trata-se de uma experiência de desenvolvimento de projeto realizada inicialmente com um grupo de alunos na escola Rui Frazão Soares através da oficina de projeto: Faça, Crie, Projete. A oficina teve como principal objetivo desenvolver a ideia de resolução de problemas no ambiente escolar, promovendo relações de parceria e cooperação, aliadas ao desenvolvimento de certas competências, habilidades e capacidades nos alunos, adquiridas através da “experiência do fazer”, ou “experiência de projetar”, ideia defendida por diversos pesquisadores. A conceitualização dessa oficina foi desenvolvida seguindo a corrente pedagógica de ensino por projeto, pois essa se apresenta como uma alternativa ao ensino tradicional, modelo que faz parte do projeto político-pedagógico da maior parte das escolas públicas no país. Na oficina tivemos o desenvolvimento de um desafio real: pro- mover uma mudança na escola, realizada pelos alunos, ideia proposta nesta oficina pelo tema “mudança no espaço”. Esse desafio se transformou na realização do projeto de montagem da biblioteca anexo aquela escola, que atualmente está em processo de reativação, desenvolvido e administrado por um grupo de voluntários moradores da região. O projeto BEM – Biblioteca Engenho do Mato pretende ser um ponto de leitura, cultura e lazer para o uso dos alunos e moradores da região, um projeto que irá beneficiar diretamente os alunos daquela escola.
Modelos caligráficos na escola brasileira : uma história do Renascimento aos nossos dias
Se a escrita pessoal precisa sobreviver como habilidade individual perante as novas técnicas de produção textual, parece-nos necessária uma análise da escrita manual sob uma nova perspectiva. Num universo regido pelas mídias tecnológicas, no qual o computador pode ser visto como uma verdadeira extensão do homem, qual o lugar da escrita manual na atualidade? E, ainda: acreditando que o design pode auxiliar o educador, de que forma o mesmo pode interferir na aquisição da escrita manual e na formação de uma escrita legível e funcional? O presente projeto de pesquisa procura lançar luzes sobre este tema a partir de uma síntese dos principais modelos de escrita adotados na educação fundamental no Brasil durante o século XX. Para tanto, vamos elencá-los e analisá-los buscando relações e pontos comuns entre esses modelos e apontando para uma reflexão futura, calcada no campo do design e, em especial, da tipografia, tendo a aquisição da escrita como pano de fundo.
Percepção, Design e Educação
Por meio de uma investigação da história da institucionalização do ensino do design, o projeto pretende refletir sobre a maneira como o design entende o conceito de percepção. Questionando a permanência de alguns pensamentos modernos no ensino e apontando maneiras mais abrangentes de se entender o processo perceptivo, o projeto tem por objetivo atentar para a necessidade de se repensar e de se adequar o conceito de percepção, e sua abordagem no ensino, ao cenário contemporâneo.
História de Cenografia e Design: a experiência de Helio Eichbauer
Partindo da obra e da experiência do cenógrafo brasileiro Helio Eichbauer, esta dissertação debate os possíveis conceitos e paradigmas do projeto em Cenografia através da história, relacionando a profissão do cenógrafo com a do designer devido às suas características de desenvolvimento de projetos. Trata de uma experiência didática desenvolvida nos anos 1970 no Rio de Janeiro, considerada como uma época de ensino holístico do Design, da Cenografia e das Artes. Finalmente, estuda o caso da cenografia realizada para o espetáculo O rei da vela, de Oswald de Andrade, direção de José Celso Martinez Corrêa, em 1967, mostrando a construção de significado a partir de sua composição espaço-visual.
Plataforma de compartilhamento para materiais para o ensino de desenho
A pesquisa propõe uma reformulação curricular no ensino de Desenho na educação básica, expandindo seu foco além da representação geométrica e projetiva para uma abordagem mais ampla da linguagem gráfica, incluindo graficacia, desenhística e modelagem. O objetivo é proporcionar um ensino mais abrangente e acessível, não apenas para escolas com uma disciplina de Desenho estabelecida, mas para todos os alunos, independentemente do nível de formação. A proposta visa fornecer aos educadores ferramentas para preparar os alunos para interagir com o mundo projetado e material, desenvolver a coordenação motora fina e analisar criticamente a cultura visual, promovendo uma sociedade mais igualitária no consumo de imagens e artefatos.
Cidadão-Sim: simulador de cidadania
Cidadão Sim é um jogo para computadores cujo objetivo é auxiliar na fixação e entendimento dos conceitos básicos da cidadania a alunos do ensino fundamental. Através de um jogo de tabuleiro, a interface do jogo oferece simulações de situações do cotidiano onde o aluno/jogador pode aplicar o conteúdo apreendido nas aulas teóricas, seja em grupo ou individualmente, formando um sistema de ensino.