Projetos

A revista O Tico-tico: uma análise gráfica da infância no Brasil em 1905, 1923, 1941 e 1955
A presente dissertação tem como principal objetivo analisar as transformações de ordem visual, semântica e retórica na revista O Tico-tico (1905-1962), a fim de compreender os valores morais projetados para a infância em quatro fases da publicação, em 1905, 1923, 1941 e 1955. Ao longo de sua extensa existência, O Tico tico, um dos primeiros periódicos nacionais voltados para o público infantil, configurou se como um importante veículo de comunicação, sempre alinhado com conteúdos escolares e com o propósito de formação moral da sociedade brasileira em um momento de busca por projetos de identidade nacional. De maneira consistente, reafirmou o objetivo tríplice instaurado desde o lançamento, o de instruir, distrair e formar os jovens brasileiros. Ao longo de mais de cinco décadas, a revista se comunicou com o público infantil de maneira carismática e pioneira, reproduzindo em seus personagens, contos e seções arquétipos tipicamente brasileiros e reafirmando uma determinada visão de infância. Na presente pesquisa serão explorados os recursos visuais, como diagramação, tipografia, ilustração, composição, além de aspectos narrativos, a fim de compreender sob o ponto de vista do design gráfico o posicionamento moralizante e pedagógico da revista O Tico-tico. E, desta forma, estabelecer os códigos visuais projetados sobre a infância, para o público da revista em quatro fases editoriais pivotais. Esta dissertação se insere nas áreas de história do design brasileiro e memória gráfica.

VER E OUVIR: A Evolução das Embalagens dos Sistemas Sonoros
O seguinte trabalho é fruto de uma pesquisa historiográfica envolvendo os artefatos de armazenamento de som e suas embalagens. Ele foi idealizado a partir do desejo da autora, como estudante de design, de unir o interesse pela música junto com temáticas inerentes ao curso de sua formação.


Memoráveis
Este projeto se propõe a documentar um pouco da nossa memória editorial carioca durante a belle époque e os costumes e hábitos da sociedade que viveu naquela época. Para isto, foi planejada, criada e desenvolvida uma animação piloto de uma série maior. Nesta animação o período considerado foi a década de 1920 e nesse espaço de tempo foi utilizada como referência e instrumento de trabalho a revista Para Todos, periódico que nasceu em 1918 e que nos anos seguintes, se tornaria um especial veículo de informação e também de divulgação do que se vivia naquela década pela população do Rio de Janeiro.

Livro, o fruto da feira: materialidade e cultura da impressão entre publicadores independentes
Este trabalho busca analisar, a partir da materialidade gráfica dos livros, o fenômeno recente da produção editorial de publicadores independentes contemporâneos, tendo como ponto de partida o circuito de feiras. A pesquisa filia-se às discussões acerca da cultura impressão tendo como base os estudos em memória gráfica. De modo empírico, observa-se um aumento nessa estratégia de circulação e algumas particularidades desse tipo de produção em termos de design. Por meio de uma pesquisa bibliográfica, discute-se a composição e caracterização de agentes e práticas do campo editorial independente no Brasil, bem como as relações entre o design e a experimentação gráfica na produção nacional recente. Por meio de uma pesquisa de campo, elege-se a Feira Miolo(s) nas edições de 2022 (São Paulo e Olinda) e 2023 (São Paulo) como espaço para experiência da observação participante. Dessa forma, constitui-se duas bases de análise documental: primeiramente, a avaliação dos dados da catalogação dos livros da coleção Feira Miolo(s) que fazem parte da Biblioteca Mário de Andrade e, posteriormente, a constituição de uma coleção autoral curada especificamente para esta pesquisa a partir de expositores da Feira. A análise realça a variedade de tecnologias de impressão, acabamentos, uso de cores especiais, suportes inventivos e técnicas de encadernação que fazem parte do corpus de análise, caracterizando as especificações técnicas da produção independente em comparação àquelas produzidas na realização do livro comercial. Esses livros e produtores resgatam o espírito renascentista da imprensa aldina, expressa pelo aforismo Festina lente por meio: 1) de práticas de edição, alicerçadas na autonomia editorial, 2) do apelo e da experiência nas oficinas, expressa por meio de um honroso senso de orgulho pela produção, e 3) por meio das práticas de comercialização, em especial, a partir das feiras.
