Nota da diretoria da Esdi sobre formas de resistência à crise atual
Hoje na Esdi, encontram-se abertas inscrições para 6 concursos para professor adjunto 40h no departamento de Arquitetura e Urbanismo. Além destes, há mais 6 outros aguardando publicação no Diário Oficial: um deles também para o DAU e os demais para o curso de Desenho Industrial. O lançamento desses editais só foi possível em razão do Termo de Ajuste de Conduta (TAC), que garante a realização de concursos para suprir vacâncias e/ou complementar corpo docente de cursos recém-criados, como é o caso de Arquitetura e Urbanismo. É fundamental que se observe, portanto, que estes concursos se destinam à manutenção do número de professores de cursos existentes e à complementação do corpo docente de cursos criados logo antes da crise atual.
Infelizmente, ignorando o respaldo legal que fundamenta a abertura dos concursos hoje em andamento na UERJ, notas como as que foram publicadas em 23 de março de 2017 no jornal O Globo pelo professor da UERJ Marcos Abraham e pelo colunista Ancelmo Góes atacam frontalmente esta Universidade. As referidas notas são apenas alguns dos muitos indícios das tentativas de demérito e desmonte desta reconhecida instituição que se dedica com excelência à produção de conhecimento em âmbito público, gratuito e inclusivo. Diante destes ataques é fundamental resistir e responder com lucidez e clareza.
Uma forma de resposta – talvez a mais eficiente e possível no momento – é a ocupação urgente dos espaços da Universidade pelos seus alunos, ex-alunos, técnicos, professores e todos aqueles que se preocupam com a continuidade do ensino público gratuito no Brasil. A necessidade desta ocupação tornou-se clara durante a reunião do Fórum de Diretores realizada no mesmo dia 23 de março, em que várias unidades reportaram iniciativas tais como realização de palestras, cursos livres, ações comunitárias e até protestos de rua.
Na próxima semana, a Esdi pretende ampliar ações de mobilização com oferta de atividades pedagógicas destinadas à reunião da comunidade. A recente ocupação da escola por um grupo de alunos e a volta às aulas na pós-graduação são compreendidas pela direção da escola como manifestações legítimas de resistência. Em especial, o “retorno” às aulas na pós-graduação não é aqui compreendido como restituição da normalidade mas sim como um esforço pela sobrevivência dentro de absurda anormalidade em que nos encontramos.
Em meio ao debate que tem apontado para a impossibilidade de volta às aulas na graduação, no qual o atraso nos repasses para custeio e manutenção e pagamento de bolsas e salários é tema central, acreditamos que é fundamental garantir as possibilidades de expansão dos movimentos de ocupação: que os alunos que há cerca de dez dias ocupam a Esdi consigam conquistar cada vez mais adesões e possam contar com o apoio dos professores para a proposição de atividades que tragam outros alunos de volta à escola; que, na pós-graduacão, se adote cada vez mais o modelo de “aulas abertas”, nas quais, admitindo-se o atual momento de exceção, programas de curso tem sido adaptados a um público amplo que inclui alunos de graduação, ex-alunos e professores.
A direção tem dedicado tempo e energia para desenvolver modos alternativos de viabilização de atividades dentro da Esdi. Neste esforço, esperamos contar com o apoio e engajamento de toda a comunidade. ESDIABERTA#UERJRESISTE.