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Carta Aberta aos Estudantes da UERJ

Diante das opções que se ofereciam de iniciar ou não iniciar o segundo semestre letivo de 2016, a Reitoria, ouvido o Fórum de Diretores, entendeu que precisávamos retornar às aulas e começar, no dia 10 de abril de 2017, 2016-2, considerando tanto o avanço no restabelecimento das condições mínimas de limpeza e de segurança, quanto a preocupação com o prejuízo que os sucessivos adiamentos vêm impondo aos nossos estudantes, em especial, os de graduação e os do CAp.

Ao mesmo tempo, reconhece que não ocorreu ainda o pagamento das bolsas estudantis, em particular o da Bolsa Permanência, bem como o das outras modalidades, e que, sequer foi divulgado o calendário para pagamento dos salários dos servidores docentes e técnico-administrativos, ativos e inativos. 

O momento é grave. As posições a favor desse retorno e contra ele são válidas, pertinentes e legítimas. Ao retornarmos, a mensagem que passamos é a de que não precisamos de salários ou de bolsas para sair de casa, estudar e trabalhar? Se não tivéssemos retornado, a mensagem que passaríamos é a de que o governador estaria autorizado a fechar a Universidade, de uma vez por todas?

Só não podemos brigar entre nós. Precisamos exercitar o máximo de paciência e de reciprocidade. Temos de descobrir maneiras de poder dar todo o suporte e o apoio a quem não tiver condições financeiras de vir para a UERJ. Não é hora de penalizar ou estigmatizar ninguém, nem institucional e nem pessoalmente. 

Retornando às aulas, pelo menos temos mais gente junta para conversar, discutir e, ao longo desse doloroso processo, encontrar, coletiva e democraticamente, alternativas. Em cada aula, em cada atividade, devemos nos perguntar, em voz alta: como podemos ajudar quem não pôde vir?; como podemos mostrar à sociedade que, apesar das piores condições, continuamos trabalhando do jeito que dá?; como transformar cada dia num ato de resistência e, também, de solidariedade?

A colaboração de cada estudante, como a de cada servidor e a de cada professor, é inestimável e imprescindível, nesse momento. A crise é muito grave. E sem precedentes! Nada tem condições de funcionar muito bem, enquanto não se regularizarem, no mínimo, os salários e as bolsas estudantis. Entretanto, é certo que podemos nos ajudar uns aos outros. Nossa união será a nossa grande força e fará com que a população entenda a nossa disposição de não prejudicar ninguém

Sabemos o quão será delicado manter esse espírito por muito tempo, é claro. Mas, durante um certo período, podemos mostrar que somos bem diferentes de todos aqueles que têm raiva de professor, ódio da educação pública e inclusiva, e ojeriza aos livros, que tanto nos ensinam - de todos aqueles que estão nos cargos em que não poderiam estar.

Sejam bem vindos, queridos calouros e veteranos, ou melhor: NOSSOS QUERIDOS ESTUDANTES!

Professora Tania Maria de Castro Carvalho Netto

Sub-Reitora de Graduação da UERJ

Publicado em 14 abr 2017