A dissertação investiga as relações entre educação, design e formação pessoal em uma oficina de desenho no município do Rio de Janeiro. A investigação ocorreu mediante a observação de campo e entrevista com dez estudantes da oficina, abrangendo aspectos como o desenvolvimento da linguagem gráfica pictórica, as características pedagógicas da oficina e as diferenças entre o ensino formal e não-formal. O processo de análise das entrevistas propõe a correlação entre as dimensões do indivíduo, tempo pedagógico e linguagem gráfica que se relacionam entre si nas coordenadas dos interesses individuais, motivação, aprendizagem individualizada, tempo de aprendizagem, comunicação visual e percepção visual. A partir dos resultados, verificou-se a preponderância da linguagem gráfica verbal na formação escolar dos estudantes e como a oficina de desenho contribui para o desenvolvimento da linguagem gráfica pictórica. Identificou-se que a oficina favorece um ambiente de aprendizado flexível e individualizado, que valoriza os interesses individuais e respeito ao tempo de cada estudante. Observou-se que estas características são favorecidas pelo caráter não-formal de ensino, uma vez que os processos de aprendizagem não são conformados pelo currículo, pelos prazos e pela impessoalidade que marca o ensino formal. A partir das características observadas, discute-se a importância da autonomia e afetividade como elementos intrínsecos e não externos ao processo educacional. Ao fim, são tecidas considerações sobre o papel da linguagem gráfica pictórica para o desenvolvimento do pensamento projetual, como também para a formação de professores.