Este trabalho trata da evolução da roupa de banho feminina na cidade do Rio de Janeiro sob a perspectiva do design, com ênfase em aspectos da cultura e da tecnologia têxtil das fibras elastoméricas, considerando suas implicações para o desenvolvimento destas peças de vestuário. Para isso, foram utilizadas técnicas de revisão bibliográfica, análise de fotografias e, principalmente, de periódicos de época, em sua maioria, disponíveis na hemeroteca digital do site da Biblioteca Nacional. O Brasil é o maior mercado consumidor de moda praia do mundo e sua demanda interna é quase totalmente atendida pela industrial nacional. A opção por abordar o traje de banho feminino se baseia na representatividade deste público no conjunto do mercado consumidor. O período de tempo analisado inicia em 1808, ano em que a família real portuguesa se instala no Rio de Janeiro, impulsionando a difusão da moda e da prática do banho de mar terapêutico na cidade, e se encerra em 1946, ano em que o biquíni é lançado na França. A circunscrição ao território do Rio de Janeiro se apoia em dois fatores: a relevância política, econômica e cultural da cidade para o país e sua identidade cultural, marcadamente cosmopolita e praiana, simbolizada pela Zona Sul carioca. As mudanças observadas resultam de aspectos culturais e relativos à evolução da tecnologia têxtil, em espacial daqueles que influenciaram a redução das roupas de banho e o aumento de sua elasticidade e aderência ao corpo. Este estudo contribui para preencher uma lacuna em pesquisas sobre as características de um mercado tão significativo no Brasil.