Seminário Simpoiesdi
Seminário SimpoiEsdi
Reciclagens, Regenerações, Ressignificações
O Acordo de Paris foi assinado em dezembro de 2015, durante a COP (Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática) realizada em Paris. Em 2016, foram implementados os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável1 abrangendo as dimensões ambiental, econômica e social da sustentabilidade. Desde então, os ODS vem sendo adotados por governos e empresas, pelos setores público e privado, assim como pelo 3º setor. O reconhecimento desses objetivos comuns é absolutamente importante e, ao mesmo tempo, significativamente insuficiente. As dificuldades de implementá-los são visíveis a cada COP, sendo que a próxima se realizará neste ano de 2025 em Belém, Pará. Trata-se de um momento único de apresentar perspectivas singulares de sustentabilidade, desde os muitos Brasis. O seminário SimpoiEsdi pretende participar desde esforço coletivo sob inspiração do conceito de Simpoiésis e, ao mesmo tempo, a partir de experiências realizas no âmbito do Laboratório de Design e Antropologia. Trata-se de mini-experiências mas, realizadas com uma miríade de atores, apontam subjetividades resistentes e potentes modos de cuidados e criação de mundos.
Segunda-feira 28 de abril às 17h na Esdi
1ª mesa: RECICLAGENS: os mil ciclos dos resíduos descartados
Entre os muitos “erres” da sustentabilidade, o de “r” de reciclagem é tido como um dos mais importantes, inclusive nas mais precárias formas de associação. A reciclagem de resíduos é fonte de sustento para muitas pessoas que, apesar da relevância de seu trabalho, são invisibilizadas. Ela envolve uma infinidade de catadores cujas habilidades e conhecimentos sustentam ciclos de vida muito além daquela prevista pela economia circular. Nesta mesa, palestrantes trarão suas contribuições para um debate que pode se estender do ciclo dos resíduos em termos de valor econômico até as possibilidades de valorização social e cultural – por meio de táticas de visibilidade e práticas artísticas, das artes visuais às artes cênicas e sem dúvida do design –, de uma rica materialidade composta por plásticos e papéis entre outros materiais.
Terça-feira 29 de abril às 17h na Esdi
2ª mesa: REGENERAÇÕES: os mil tons de verde de uma horta-escola
O que pode uma horta numa escola de design, em pleno centro da cidade do Rio de Janeiro? A partir da experimentação de estar e de cultivar a terra, o espaço propõe sentir e refletir sobre as co-relações existentes ali, e como essas relações podem impactar o próprio modo de fazer design. Nesta mesa, palestrantes trarão trazer suas contribuições para um debate sobre as relações entre todos os seres, humanos e não humanos, e como designers podem atuar tecendo e fortalecendo essas relações. As relações entre design e agroecologia são fundamentais para uma atuação projetual geradora de meios urbanos mais sustentáveis em termos de alimentação, de saúde, de cuidados com terrâneos e territórios, e de processos regenerativos mais em geral.
Quarta-feira 30 de abril às 17h na Esdi
3ª mesa: RESSIGNIFICAÇÕES: as mil histórias das imagens achadas
Ao circular pelas calçadas de nossas cidades e, em particular, as de alguns bairros do Rio de janeiro, é possível observar objetos e imagens ali vendidas e, sobretudo, o cuidado com que os vendedores arrumam essas “coisas”. Embora tenham sido descartadas, por essas mãos cuidadosas, elas voltam a ser mercadorias. Através de processos de seleção de cores e formas, o chão se transforma em vitrine de exposição e os vendedores em verdadeiros colecionadores e curadores. Através da escolha das imagens e de suas identificações com elas, vendedores contam as suas próprias histórias e outras ainda, de certo modo, nos convidam a fazê-lo também, ao invés de restaurar um passado. Nesta mesa, palestrantes compartilharão suas reflexões sobre lugares onde “coisas” – imagens entre outros objetos – são achadas, sobre seus processos de ressignificação das mesmas e, por fim, sobre os novos lugares onde voltam a se encontrar com o público sob novas formas, desde instalações a audiovisuais bem como design.
Realização:
LaDA Laboratório de Design e Antropologia
Apoio:
PPDEsdi e FAPERJ (Programa Cientista do Nosso Estado)