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Sâmia Batista

Design nas bordas: juventude periférica, re-existências e decolonialidade em Belém do Pará

A tese apresenta apontamentos resultantes de uma investigação qualitativa, com abordagem participante, realizada de forma presencial e remota com um grupo de jovens do bairro da Terra Firme, em Belém-Pará. O objetivo foi de analisar como o engajamento de designers em processos de emancipação agenciados por grupos socialmente oprimidos pode influenciar experiências de decolonização na prática projetual em design. As informações analisadas são provenientes de três percursos realizados coletivamente, que visaram revelar situações de opressão e projetar futuros alternativos com os jovens: a elaboração de contra-narrativas no período da pandemia do novo coronavírus; a ampliação da rede de parceiros e a organização das práticas de resistência. A fundamentação teórica é embasada nos chamados Estudos Decoloniais e na Educação Popular, com ênfase nas práticas pedagógicas elaboradas por Paulo Freire, na tese defendido como um dos pioneiros do pensamento decolonial na América Latina. No âmbito do design, fundamento as análises nas elaborações teóricas de pesquisadores de design inseridos no debate da decolonialidade, procurando demonstrar como a decolonialidade enquanto campo também se constitui colaborativamente, como demonstrado pela análise da constituição da Rede Design e Opressão. Como resultado, defendo que a decolonialidade em design é experimentada e elaborada em contextos situados, por meio dos processos sociais que articulam teorias e práticas de resistência, a partir das relações de solidariedade instituídas entre designers e os grupos que elaboram suas lutas de forma autônoma.

13 jul 2022

O fazer criador de si e do mundo: um olhar sobre a experiência dos processos experimentais no ensino de design contemporâneo

Este estudo tem como objeto de pesquisa as experiências oportunizadas por processos criativos nos quais se prioriza a livre experimentação. Dando-se no contexto do ensino superior de Design, neste trabalho, olhamos para a experimentação como errância e investigação que possibilita breakdowns (VARELA, 2003) – colapsos que desestabilizam modos de agir corriqueiros, criam novas formas de operar, reinventam mundos e maneiras de viver. Nos distanciando dos valores capitalistas de produção que pautam também o ensino, refletimos sobre a contribuição destas "experiências errantes" para a formação dos designers na contemporaneidade, entendendo a graduação em Design como possibilidade de espaço de suspensão desta lógica produtivista, configurando-se como ambiente seguro e convidativo a intensas experimentações através do fazer. Por meio de conversas realizadas com estudantes e professoras de Design, buscamos reunir diferentes pontos de vista sobre a experiência dos fazeres experimentais enquanto prática pedagógica. Ao relacionarmos o ambiente do ensino superior em Design a um picadeiro de circo que, com sua rede de proteção, tranquiliza o acrobata – este profissional de corpo suspenso no ar, também pressionado pelo desempenho perfeito – para a aprendizagem de sua prática, sugerimos que a suspensão da lógica produtivista se dê a partir de três elaborações: pelo enfrentamento do risco, do erro, do não padronizado; pela produção coletiva que subverte a ideia de efetividade pela afetividade; e pela adoção de um modelo de ensino não tradicional, que expande as fronteiras do espaço físico das salas de aula.

12 jul 2023

Cenários futuros para o ensino do design

O futuro é moldado por transformações históricas, especialmente as tecnológicas e sociais, o que enfatiza a importância das habilidades como empatia, criatividade e resiliência. Eventos marcantes, como epidemias e guerras, têm o poder de acelerar ou alterar mudanças já em curso na sociedade, como visto na pandemia de Covid-19, com a incorporação das ferramentas de tecnologia no dia a dia. A presente pesquisa foi elaborada com o propósito de contribuir com o entendimento dos impactos da pandemia no ensino, com objetivo principal de desenvolver cenários futuros para o ensino do Design no Brasil. O trabalho está dividido em quatro capítulos, o primeiro apresenta um panorama histórico das características do ensino do Design no Brasil. O segundo demonstra estratégias e desafios no ensino do Design durante a pandemia, identificados por meio de uma ampla pesquisa exploratória com diferentes métodos. No terceiro capítulo, as informações levantadas foram analisadas e transformadas em elementos para construção dos cenários, conforme metodologia de prospecção, o que culminou na definição de dois eixos direcionadores para os cenários, a ubiquidade digital e a consciência holística. O resultado, apresentado no capítulo 4, é a criação de quatro cenários futuros distintos: o cenário desejado, que serve como referência normativa e representa o ideal; dois cenários intermediários, que capturam nuances e variações, podendo favorecer mais um eixo do que o outro; e o cenário indesejado, também conhecido como cenário crítico ou adverso, que deve ser evitado. Os cenários não se configuram como previsões definitivas, mas sim narrativas que constituem uma plataforma de elementos para debates sobre o futuro, possibilitando a exploração de várias perspectivas dos interessados. Considera-se que o trabalho contribui para o campo, fornecendo insights para construção de um ensino futuro do Design no Brasil mais inclusivo, atualizado e, sobretudo, preparado para os desafios que estão por vir.

05 abr 2024

Paola de Lima Vichy

Estética afrodiaspórica: resistência e luta do vestir político

“Estética afrodiaspórica: resistência e luta do vestir político” busca expor a importância do processo de letramento racial para a construção de uma estética enegrecidamente confortável para os povos negros brasileiros e combativa para a branquitude brasileira. Por meio das vivências narradas por mim e pelos relatos dos diferentes negros que atravessam esta pesquisa, objetiva-se compreender o processo de entendimento da negritude, seu lugar político, a necessidade de luta para manutenção de uma imagem positiva de ser negro no país e como a estética tem um papel importante na assinatura da ocupação do negro em diferentes locais de poder. A tese também considera o design, a partir da moda, como fator importante para materialização de uma estética afrocentrada, para produção de artefatos, indumentárias, adornos em geral, que possibilitem a negros contemporâneos a assinatura de sua ancestralidade por meio do corpo, sem estigmas. Neste sentido, o trabalho evidencia as tensões políticas de raça, desde a colonização, passando pelos resultados atuais e sintomas da escravidão, até os dias atuais, com olhares e pensamentos decoloniais, políticos e firmes, que colocam os negros assinando sua estética em espaços de poder distintos, sem que isso o coloque em lugar de desprestígio.

30 mai 2023

Pedro Biz Eschiletti

Design e arquitetura educacional: dissintonias entre ideais pedagógicos e o espaço construído

Na arquitetura educacional pública, percebe-se dissintonias entre as políticas pedagógicas institucionais e alguns prédios escolares que são construídos para atender aos programas educacionais resultantes de tais políticas. Em alguns casos, é perceptível a lacuna entre alguns ambientes educacionais e a orientação pedagógica que os inspirou. O objetivo desta tese de doutorado é identificar as origens e prováveis causas para esse descompasso. Após um breve histórico sobre arquitetura e a sua convergência com o Design na 1ª Revolução Industrial, verifica-se, através de referências bibliográficas, a evolução dos espaços educacionais e sua importância no contexto social ao longo do tempo, desde as primeiras civilizações até um olhar mais detalhado no Brasil republicano, época em que a educação passou a ser uma preocupação do Estado. É utilizada a revisão sistemática de literatura para identificar os principais períodos de expansão da rede escolar, a relação do aumento na quantidade de escolas públicas com marcos importantes na histórica econômica do país e em quais cenários as soluções arquitetônicas sustentaram a orientação pedagógica com maior ou menor eficiência. A disseminação de projetos-padrão é identificada como uma das principais origens das dissintonias entre as expectativas da comunidade escolar e os edifícios que são entregues, assim como o processo de dualidade educacional (educação diferenciada segundo a classe social) que, junto com causas culturais, econômicas e a reprodução de tradições acríticas, provocam a precarização das instalações educacionais e sua inadequação para o atendimento dos programas de necessidades ou ideais pedagógicos de boa parte das instituições públicas de ensino. A pesquisa, através de revisão documental, desconstrói o paradigma do projeto-padrão pela contestação das principais alegações dos seus defensores e da aplicação prática de métodos voltados para a melhoria da experiência dos usuários do ambiente de aprendizagem em um projeto arquitetônico real de edifício educacional. O estudo também identifica, pelo método da observação assistemática, as boas práticas na edificação de espaços educacionais citados como relevantes para o sucesso de algumas correntes pedagógicas reconhecidas como referências na educação. Na conclusão, recomenda-se a maior integração da arquitetura educacional com o campo do design e o uso de novas tecnologias para, através desse alinhamento temático e sinergia, proporcionar uma combinação virtuosa dos processos e métodos de projetação desde a fase de elaboração dos estudos preliminares até as etapas de implantação de edifícios escolares mais alinhados com as necessidades e programas pedagógicos, sem deixar de lado o cumprimento da função social que se espera das instituições públicas de ensino.

12 ago 2022

Design como modo de pesquisa coletiva no território: Experimentos, correspondências e cartografias

Esta tese aborda o design como modo de pesquisa coletiva nos territórios a partir da correspondência com os campos da antropologia e da educação. Parte de um experimento local, que ampliou o entendimento de espaço público às questões de interesse, para assumir o desafio de colocar o design entre diferentes escalas e dimensões do território, buscando articulações entre iniciativas locais e o planejamento estratégico das cidades. Entre correspondências e cartografias, explora uma perspectiva dialógica, crítica e política do design frente às questões de pesquisa, em campo, com as pessoas e os territórios, no sentido de mudança para uma postura de cuidado e atenção imanente para projetos que abarquem diferentes modos de vida. Para isso, desenvolve e analisa uma série de experimentos envolvendo design e participação em territórios, com grupos e lugares diferentes, que constituem a estrutura fundamental desta tese, estimulando movimento e diálogo entre teoria e prática: o projeto de mestrado no bairro do Rio Comprido; o Coletivo Baixo Rio, com atuação no mesmo bairro; o curso Mapa-Praça-Máquina na praça Tiradentes, no centro do Rio; oficinas realizadas em conjunto com pesquisadoras do LaDA, aplicadas em seminários acadêmicos, no Complexo da Maré e na Rocinha; atividades desenvolvidas no Colégio de Aplicação da Uerj (CAp-Uerj); disciplinas na graduação da Esdi- Uerj; o Plano Estratégico Metropolitano do Rio de Janeiro. Passa pela crítica ao projeto moderno de cidade pelas vias do planejamento urbano, refletindo sobre os desafios da participação e caminhos possíveis para engajamento político nos territórios por meio do design. Abarca ainda diálogos e conversações entre design e educação na relação com os territórios – de “ensino de design e de design no ensino”, enquanto espaços de aprendizagem coletiva que possibilitam o engajamento acerca de questões de interesse comuns, visando a transformação de contextos situados e a formação de sujeitos ativos, críticos e reflexivos para a cidadania. A partir das abordagens Design Anthropology, Codesign e “Design e/como Educação”, os designers atuam como co-investigadores ao buscar identificar questões, debater ideias e imaginar possibilidades futuras, sempre de modo engajado com o campo e as pessoas. Para isso, adotam ferramentas e métodos chamados “dispositivos de conversação” como espaços de encontro que reúnem agentes heterogêneos com diferentes conhecimentos e práticas para investigar questões de interesse e alternativas futuras em um processo dialógico e especulativo. Essas aproximações colocam o design como modo de pesquisa a partir de uma perspectiva transdisciplinar e dialógica que pretende identificar questões, articular saberes, construir pontes e estimular o debate para a transformação coletiva.

08 mar 2022

Codesign como compostagem com uma comunidade agroeco-lógica na Serra da Misericórdia, Rio de Janeiro

Esta tese de doutorado tem como objetivo analisar o lugar do designer no desenvolvimento de uma rede de agricultores na Serra da Misericórdia, Rio de Janeiro. Pretende-se entender qual o papel do designer e como ele articula o seu conhecimento projetual especializado e como a sua experiência contribui para a criação dessa rede. A pesquisa acompanha a formação de uma rede de agricultores na Serra da Misericórdia, chamada “Arranjo Local Penha”, e como ela se projeta em mundos alternativos agroecológicos, de bem viver, relacionais e participativos. Esta tese é principalmente elaborada a partir das experiências de campo na Serra da Misericórdia durante os anos de 2017 a 2021 e tem como base teórica o trabalho do antropólogo Arturo Escobar, sobretudo sua pesquisa sobre autonomia e design como caminho para alcançar pluriversos. No capítulo 1, apresento a minha trajetória, desenvolvo a ideia de agricultura urbana para além do plantar, sobre o que é sustentabilidade, por que essa noção continua atrelada ao desenvolvimentismo e discuto algumas possibilidades de sustentabilidade com envolvimento a partir das noções de bem viver, design para autonomia e para transição, design participativo, pesquisas já realizadas em favelas do Rio de Janeiro e como as linhas do making podem enlaçar as lutas do commoning. No capítulo 2, começo a descrever a minha aproximação e os primeiros experimentos na Serra da Misericórdia. Apresento o que é a Serra da Misericórdia e quais significados e representações ela adquire para os grupos ambientais que a protegem e como estes se formam ambientalistas, destacando a luta da organização não governamental, a ONG CEM. O CEM foi um dos organizadores do Arranjo Local Penha, rede de parceiros que mobiliza a agricultura urbana para a promoção da soberania alimentar na Penha. A partir de Escobar, analiso tanto na construção da Serra da Misericórdia como do Arranjo Local Penha, como as comunidades fazem design de si um fazer em rede, nunca isolado. Mais do que uma comunidade, uma unidade comum, um composto em redes instáveis que se fazem e refazem e viram juntas outra coisa muito fértil. No capítulo 3, abordo a minha participação na terceira fase do Arranjo Local Penha, na qual será formada uma rede de agricultores produtores de mudas de plantas na Serra da Misericórdia. Apresento a proposta do projeto que foi submetida a um edital de financiamento da Faperj e que viabilizou a realização da rede. Do desenho do projeto para sua realização, a rede foi atravessada por questões locais, do território e dos seus habitantes, e globais, como a pandemia de Covid-19. No andamento desse processo, meus colegas e eu aprendemos ver os problemas como parte do trabalho e não como obstáculos. Mas, para isso acontecer, nossa ação demandou um grande envolvimento, um fazer parte dessa comunidade/composto. Por fim, proponho que o codesign que realizamos assemelhou-se ao processo de compostagem.

12 jul 2022

Usabilidade de ícones em Ambientes Virtuais de Aprendizagem: uma análise pela ótica da neurociência e da experiência do usuário

Este estudo apresenta a análise da usabilidade de ícones em ambientes virtuais de aprendizagem, sob a ótica da neurociência e da experiência do usuário. A pesquisa foi realizada com base na Design Science Research, sendo, portanto, pautada em revisões sistemáticas da literatura de todos os temas abordados, obedecendo o rigor da metodologia proposta. Foi avaliada por meio de testes de usabilidade, como a avaliação heurística e a avaliação cooperativa, a carga cognitiva do usuário durante a utilização da plataforma de ensino a distância (EaD) da Fiocruz, e sua interação com a iconografia da interface. A contribuição da neurociência para esta pesquisa se deu durante a realização da avaliação cooperativa com a utilização do eye tracker e da espectroscopia funcional de infravermelho próximo (fNIRS) para mensurar a carga cognitiva do usuário, como sua atenção e seu engajamento, durante a interação com a interface e sua iconografia. Como resultado, tem-se a proposição de um conjunto de heurísticas HEAD, de caráter original e inédito, para ambientes virtuais de aprendizagem com foco na iconografia, como artefato para o desenvolvimento de interfaces com ícones mais representativos, que demandem um menor esforço cognitivo do usuário para sua compreensão, resultando em plataformas EaD mais intuitivas e eficientes.

09 abr 2021

Objetos ordinários: processos históricos de exclusão e de patrimonialização do design no Brasil

A história do design possui diferentes origens, no entanto, a escolha por narrativas que privilegiem uma ou outra filiação depende do discernimento e da influência política e cultural de quem está no lugar de decisão. Uma das origens das histórias do design brasileiro, no ensino e na produção, se vincula às artes aplicadas e industriais. Contudo, as artes aplicadas no Brasil possuem uma trajetória enigmática, tanto na maior instância de preservação, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), quanto na literatura. Sem assumir a ideia de um percurso histórico linear, das artes aplicadas ao design contemporâneo, esta tese argumenta que objetos ordinários que lhes são decorrentes estão espraiados em nossa vida pessoal e na esfera coletiva, seja pela presença física ou pelas memórias a vinculadas a eles. Sob o ponto de vista da história do design, a tese analisa dois momentos em que as artes aplicadas foram postas em foco ou em xeque nos debates de âmbito educacional, de produção (industrial e da cidade) e da preservação patrimonial – o ecletismo e o modernismo. Propõe-se um convite aos designers para refletir sobre o porquê do lugar dado a esta parte da história do design brasileiro e sobre os motivos que fazem com que designers não a reconheçam como elemento da história da cultura projetiva do país.

28 abr 2021

Método para análise de movimentos gestuais e sua aplicação em design de interação

 A presente pesquisa apresenta um estudo sobre a morfologia de gestos interativos freehands, gestos realizados com as mãos livres, considerados pelos usuários como naturais, executados em diferentes contextos culturais. Para a realização deste trabalho, foi necessário a abordagem de conhecimentos referentes ao Design de Interação, à interação gestual com o paradigma freehands, às interfaces naturais de usuário e aos conceitos referentes à cultura, que estruturaram uma base teórica pertinente ao objeto de estudo. Foi realizada uma simulação de interação gestual, seguida de uma entrevista semi-estruturada, tendo como amostra populacional discentes de pós-graduação em Design de duas instituições de ensino superior, em cidades com distintas origens e contextos culturais: a Universidade Federal do Maranhão – UFMA, em São Luís (MA) e a Escola Superior de Desenho Industrial, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – ESDI/UERJ, no Rio de Janeiro. A referida simulação consistiu em interpretações gestuais das ações resultantes de comandos comuns, no cenário de interação com software gráfico 3D, pelos usuários voluntários. Devido os cuidados para a contenção do contágio do Coronavírus, ainda muito intenso, as simulações ocorreram através de videoconferência, o que, de alguma forma, certamente influenciou na cognição das interpretações e construções dos movimentos interativos. Os dados obtidos através dos gestos executados foram descritos e analisados sob quatro parâmetros: postura assumida pela mão, localização, movimento e lateralidade, o que permitiu identificar detalhes pertinentes à sua morfologia e naturalidade, com valor para perceber os contrastes e similaridades entre os gestos interativos executados pelos usuários, discentes das escolas de Design. Em conjunto com os dados colhidos nas entrevistas e o arcabouço teórico delineado, a pesquisa concluiu que os atributos culturais assumidos pelos voluntários influenciaram no contraste entre os movimentos interativos realizados. Entretanto, a cultura tecnológica assumida por eles, em seus variados níveis de experiência, se apresentou como fator para a convergência das construções de modelos mentais e interpretações gestuais, resultando em movimentos interativos similares. Também foi observada a relevância do envolvimento direto do usuário nos estudos objeto da pesquisa, compreendendo sua forma de pensar a interação na simulação proposta. O que contribui para tornar a interface mais amigável e com a usabilidade positiva, para usuários de diferentes contextos culturais. Como desdobramentos da pesquisa, propõe-se a aplicação desta experiência para o desenvolvimento de interfaces gestuais freehands para artefatos tecnológicos destinados ao auto-atendimento público, visto a necessidade de evitar o toque nestes dispositivos, como forma de contenção do contágio do Coronavírus e suas variações.

03 set 2021

Inaldo Azevedo Maia Filho

Fora de série: valorização dos excessos de produção nas porcelanas Vista Alegre

O trabalho tem como objeto a utilização dos refugos de impressão das decorações de porcelana da bicentenária fábrica Vista Alegre, em Portugal, para desenvolver um método de produção inédito de peças originais de porcelana. O autor levanta questões de pensamento crítico sobre o processo criativo em design, as práticas artesanais inseridas na indústria, os limites conceituais e práticos entre unicidade e serialidade e sobre estratégias de trabalho colaborativo ao narrar as atividades no chão de fábrica para a criação de uma série limitada de peças que comprovam a viabilidade do método inventado.

06 abr 2021

Design: portfólios de aprendizagem como artefatos cognitivos para a educação projetual

Como verificar o nível de Educação Projetual (EduP) de graduandos em Design, tendo em vista as evidências de aprendizagem produzidas para avaliação nas disciplinas de Projeto Final? A presente tese propõe que a resposta para a questão acima advém da Pesquisa para a Ciência do Projeto (Design Science Research), aplicada ao desenvolvimento de uma solução prática para um problema de cunho educacional. Enquanto artefato cognitivo, o Portfólio de Aprendizagem se constitui em um modelo para representação do processo de produção de conhecimento evidencia a Consciência Projetual (Design Awareness) de estudantes envolvidos com a documentação, curadoria e comunicação sistemática de textos, imagens, áudios, vídeos, hipertextos e hipermídias produzidas em situações de aprendizagem ba-seadas em projeto. Justifica-se a escolha da Design Science Research (DSR) como abordagem metodológica teórico–conceitual, a partir da qual se utiliza conhecimen-to científico com o objetivo de conceber artefatos que solucionem problemas práti-cos, desde as etapas iniciais de identificação e classificação do problema, fluindo em um ciclo condutor pelas ações de planejamento, desenho e implementação de um modelo de Portfólio de Aprendizagem, até a avaliação conjunta e comunicação dos resultados obtidos no processo, em termos do que se aprendeu especificamente sobre os modos de indicação dos níveis de EduP. A partir de entrevistas realizadas com professores e estudantes de disciplinas de Projeto Final de cursos de graduação em Design de Instituições de Ensino Superior atuantes na cidade do Rio de Janeiro, realizou-se um diagnóstico sobre o valor percebido do uso do Portfólio de Aprendizagem enquanto artefato cognitivo em sala de aula. Os conhecimentos — conceitos, constructos, modelos, métodos e instanciações — gerados através da reflexão, do diálogo e da colaboração entre professor– pesquisador, professores e estudantes, ao longo das etapas de planejamento, desenvolvimento e uso dos Portfólios de Aprendizagem, contribuíram para a identificação, definição e aplicação de uma rubrica de “Competência Projetual” com critérios e métricas indicativas de níveis de EduP. A observação e análise dos dados coletados indicam que os grupos de estudantes demonstram, individual e coletivamente, cada vez mais consciência de sua capacidade cognitiva, psicomotora e afetiva, à medida em que aprendem a documentar, selecionar e apresentar evidências das fases e etapas projetuais que vivenciaram durante o processo formativo. As revisões de literatura, surveys e en-trevistas com professores–orientadores e estudantes sobre a experiência prática de desenvolvimento e uso de Portfólios de Aprendizagem em sala de aula, dentre outros métodos e técnicas, serviram para a coleta e análise dos dados utilizados tanto na construção do quadro teórico–metodológico de referência da presente tese, quanto na definição das regras tecnológicas para projeto e desenho de uma instanciação do artefato cognitivo, isto é, uma “Plataforma Digital de Portfólio de Aprendizagem”.

30 mar 2021

Design e administração pública: uma abordagem para a projetação da ação governamental

Ao longo das últimas décadas, os termos “design” e “design thinking” popularizaram-se no campo da administração pública, introduzindo novas possibilidades para a projetação da ação governamental. Consequentemente, diversos governos vêm assimilando o design thinking como instrumento para aprimorar o desempenho de políticas e serviços públicos, recorrendo à disciplina de design para a resolução de complexos problemas governamentais. Entretanto, tal assimilação parece delimitar a atividade projetiva a determinadas técnicas para a inovação, produzindo artefatos governamentais orientados à eficiência administrativa. Uma possível explicação para isso baseia-se no legado da disciplina de administração pública, e seu papel no desenvolvimento de uma racionalidade técnica no aparato governamental. Nesse sentido, tal desenvolvimento consolidou não apenas uma forma particular de pensar nas organizações públicas, mas também conceitos como “eficiência”, “desempenho”, e muitos outros que fornecem princípios e orientação estratégica para as atividades de design em nível governamental. Assim sendo, esse trabalho explora as relações entre “design”, “pensamento do design” e “administração pública”, investigando o design como uma abordagem para a projetação da ação governamental. Inicialmente, examina, a partir de método bibliográfico, possíveis interações entre os campos do design, administração de empresas e administração pública, caracterizando tanto opensamento do design no campo da administração pública, quanto as tradiçõessubjacentes a projetação da ação governamental. Para isso, mapeia historicamente conceitos-chave à investigação e resolução de problemas governamentais, identificando princípios e orientações estratégicas que configuram as práticas de design no setor público. Por fim, sugere uma matriz para a intepretação das relações entre design e administração pública, identificando três possíveis abordagens para o design na projetação da ação governamental.

03 dez 2021

Design de heurísticas para avaliação de sistemas de realidade virtual semi-imersiva

Esta tese apresenta o processo de criação de heurísticas novas para avaliar aplicações de realidades semi-imersivas. Insere-se no contexto do design de interação, especificamente na parte de design de experiência de usuário - UX (user experience design) com a utilização destes conhecimentos voltados para a tecnologia da Realidade Virtual (RV), semi-imersiva, ou não imersiva, também chamada realidade virtual de desktop. O foco da pesquisa é a usabilidade destas interfaces, especificamente a avaliação de como se percebe o uso destas. Para isto, são abordadas as avaliações heurísticas e as heurísticas de domínio específico para as aplicações de RV semi-imersiva com fins educacionais. Após extensa pesquisa bibliográfica, verificou-se a insuficiência de heurísticas existentes para o domínio da RV semi-imersiva, como também poucas, para RV em geral, sendo assim constituído nosso problema de pesquisa. Partindo do problema de pesquisa, encontramos na Design Science Research (DSR), a metodologia de pesquisa adequada para estruturar, organizar e orientar este trabalho. Seguindo as etapas da DSR, buscou-se os métodos e técnicas de geração de heurísticas, artefato selecionado para solução do problema levantado. A partir dos métodos estudados, desenvolvemos um método próprio composto por 8 etapas. Assim, desenvolvemos e propusemos um conjunto de heurísticas de usabilidade para aplicações educacionais de RV semi-imersiva, baseadas em informações e problemas de usabilidade encontrados em mais de 60 artigos, pesquisados na revisão bibliográfica. Estas heurísticas foram testadas e validadas por especialistas, utilizando também uma lista de controle, com heurísticas para RV em geral, seguindo as instruções da metodologia que propomos. Após análises estatísticas, os resultados indicam que as heurísticas propostas por esta tese obtiveram desempenho melhor que as da lista de controle, tanto na quantidade de erros gerais encontrados como na especificidade e qualidade destes erros, abordando aspectos que não são contemplados pelas heurísticas de controle e que ajudam a projetar aplicações melhores no domínio da RV semi-imersiva.

17 dez 2021

Diego de Jesus Penaforte Parreiras

“Nutrir com”: uma experiência degustativa sobre Design & Saúde

Neste trabalho, buscamos investigar como o design pode contribuir para a melhoria da saúde no Brasil. Com base em autores como Donna Haraway, Arturo Escobar e Pablo Solón, propomos que a saúde é relacional. Nesse sentido, entendemos que, para criar caminhos para resolver ou, no mínimo, amenizar os problemas atuais, precisamos compreender as relações que a conformam, pautando-nos pelo pensamento tentacular. Ao longo do texto fazemos um histórico sobre a saúde no Brasil, desde as lutas que originaram o Sistema Único (SUS) de Saúde brasileiro, até a identificação do território como uma pista fundamental para compreender a os emaranhados da saúde. O SUS é a materialização da saúde enquanto direito social e tem a participação popular como uma das suas diretrizes. Dessa forma, “participar” torna-se palavra-chave, ou mesmo verbo-chave, quando queremos falar de práticas relacionadas à saúde brasileira. Contudo, a participação é prejudicada pelo o que seria o seu oposto, a marginalização, que, como o termo indica, coloca certos grupos da sociedade à margem tanto das tomadas de decisão, quanto no pleno gozo das políticas públicas. Tomando- se essa problemática para o campo do design, acreditamos que, por meio das ações participativas, seria possível criarmos e estimularmos novas formas de fazer com, contribuindo para a autonomia em saúde. Como um dos parceiros da rede denominada Arranjo Local da Penha (ALP), o trabalho de campo foi desenvolvido com um grupo de mulheres, pacientes do serviço de nutrição da Clínica da Família Dr. Felippe Cardoso, localizada no bairro da Penha, município do Rio de Janeiro. O ponto de partida foi a decisão, por parte da prefeitura, de demitir diversos profissionais da Clínicas da Família, incluindo a nutricionista parceira do (ALP). Assim, iniciamos nossos encontros com o desfio de manter o grupo unido e de buscar formas de resistências frente às problemáticas enfrentadas na região. Utilizando ferramentas como dispositivos de conversa, de Barbara Szanieki e Zoy Anastassakis, e os provótipos, de Jared Donavam e Wendy Gunn, experimentamos uma produção material coletiva, por meio da qual observamos que fazer parte dos processos produtivos foi capaz de estimular autonomia e autoestima das mulheres. Além disso identificamos, para além das teorias, que a saúde é, na prática, simpoiética, inspirando-nos pelo termo “simpoiesis”, de Donna Haraway, através da percepção de que o afeto e o território são elementos que formam os tentáculos da saúde mental e ambiental. A parceria entre design, instituições de saúde, pacientes e movimentos sociais, nos faz refletir sobre o design como uma ferramenta capaz de “nutrir-com” novas relações e novos modos de vida frente a tempos turbulentos. Por fim, entendemos que o encontro entre o design e a saúde é necessariamente simpoiético, formando o campo Design & Saúde.

05 abr 2021

Projeto integrado de design: o papel do designer de produto na revitalização do patrimônio cultural (Centro Histórico de São Luís – MA)

Centros históricos são áreas urbanas que representam a identidade cultural de uma dada população e, também, do povo daquela nação. Preservar a história de artefatos e de construções físicas de um local é manter para as futuras gerações uma herança de inestimável valor. Contudo, quando ocorrem situações de deterioração desse patrimônio cultural, projetos para a sua revitalização vão, necessariamente, ser traçados. Tais atitudes evitam a perda do acervo material e a degradação de espaços públicos para seus munícipes e turistas. Sendo o trabalho de revitalização urbana multidisciplinar, pois envolve pelo menos historiadores, antropólogos, engenheiros, arquitetos e urbanistas, criativamente é uma atividade projetual interdisciplinar, porém com proeminente destaque à Arquitetura e ao Urbanismo. Os designers de produto, em particular, formam uma distinta categoria de projeto que nem sempre participa da preservação cultural desse patrimônio histórico. Nesta tese, procura-se destacar a importância do Design de Produto e do Design Gráfico, através do mobiliário urbano e da sinalização urbana, como trabalho fundamental para a finalização de projetos de revitalização. É o Design de Produto que auxiliará na aproximação entre os transeuntes e o ambiente renovado, através de artefatos e de informações capazes de oferecer bem-estar e qualidade de comunicação àqueles que frequentam ou trabalham em sítios históricos. O objetivo principal desta pesquisa é apresentar o potencial do Design de Produto, através de modelos para o projeto de sinalização e de mobiliário urbano, quando integrado aos projetos de revitalização de ambientes urbanos conhecidos como centros históricos tombados. Os objetivos secundários são: (i) relacionar atividades complementares entre si para a prática do design (Arquitetura, Urbanismo, Design Industrial) ; (ii) demonstrar a relevância do projeto de produtos e design gráfico para ambientes, como ferramentas estratégicas para aproximar, estimular e convidar as pessoas a visitarem sítios históricos tombados e (iii) demonstrar a necessidade de projetos de revitalização do patrimônio cultural contemplando a atuação dos profissionais de Design de Produto. Os métodos de pesquisa utilizados para a composição dos capítulos deste trabalho sobre Projetos Integrados de Design para Centros Históricos consistiram de: (a) Pesquisa documental (fontes/trabalhos) (cf., CERVO, BERVIN, SILVA, 6 ed., 2014); (b) Observação sistemática não-participante (cf., MORAES; MONT' ALVÃO, 4 ed., 2010) ; (c) Entrevista focalizada (cf., BAUER; GASKELL, 8 ed., 2010). Para o desenvolvimento do sistema de sinalização, exemplo de Design de Produto integrado a programas de revitalização de centros históricos nacionais, o método proposto é o de D'Agostini e Gomes (2010), e de D'Agostini (2017).

11 mai 2020

Impressões do Amazonas (1851 a 1910): memória gráfica e o desenho do circuito de comunicação impressa

A motivação para a realização desse trabalho partiu da identificação, pelo autor, da oportunidade de se avançar em pesquisas sobre a produção gráfica na Amazônia como contri- buição para a história do design e da cultura material brasileira. Pretendeu-se, especificamente, descrever o processo de instalação e desenvolvimento da atividade de produção gráfica no Amazonas de 1851 a 1910. A base metodológica adotada inspira-se nos estudos que vêm sendo produzidos pelo grupo Memória Gráfica, a partir dos quais foram aprimorados procedimentos e técnicas de coleta, análise e fichamento dos artefatos estudados. A maior parte dos produtos impressos analisados são jornais, além de edições e folhetos governamentais, revistas, almana- ques, anúncios e efêmeros. A despeito da heterogeneidade dos artefatos encontrados e do amplo recorte temporal, procurou-se unificar o modelo de registro para preservar os diferentes dados sobre a sua produção gráfica e o circuito profissional ao qual pertencem. O que permitiu à in- vestigação, junto a diversas referências e trabalhos, articular o estudo em três arcos que buscam caracterizar melhor as etapas de desenvolvimento da atividade gráfica amazonense, a saber: (I) nascente impressa – fase inicial com os primeiros marcos desde a instalação da pioneira oficina tipográfica (1851) e o surgimento dos primeiros agentes do circuito de comunicação impressa até a fixação de atividade e início da diversificação do produto impresso tendo como marco o registro de uma das primeiras edições literárias do Amazonas (1869); (II) o estabelecimento tipográfico em dois tempos – etapa observada a partir de um número maior de fontes dispo- níveis, quase sempre jornais, e neles os anúncios, notas e informações gráficas a partir de 1870 até 1889, que propiciaram uma narrativa mais detalhada sobre os profissionais gráficos, e a expansão e modernização do circuito, apesar da permanência de antigas limitações; (III) im- pressões da belle époque – período de intensas trocas comerciais e de grande progresso material em Manaus com reflexos direto na ampliação, modernização e especialização da atividade gráfica a partir do uso de novos processos de impressão, composição e reprodução da imagem, que exigiram maior planejamento dos produtos impressos publicados com grande perícia e melhor acabamento de 1890 a 1910. A tese propiciou ainda a organização e visualização de cenários e informações produzidas a partir dos registros nas fichas e de apontamentos tomados de outras fontes, como o extenso uso da plataforma da Hemeroteca Digital da Biblioteca Na- cional. Ao se estudar a memória gráfica e o desenho do circuito de comunicação impressa no Amazonas observou-se a ampliação e diversas mudanças na paisagem tipográfica e na cultura impressa local no intervalo de apenas 60 anos. Um movimento que o trabalho captou em diver- sas impressões que também fazem a crônica do desenvolvimento econômico, social e cultural da região amazônica.

16 dez 2020

Design de interfaces para visualização, exploração e análise de coleções fotográficas

 Esta pesquisa tem como objetivo investigar de que modo e para quem visualizações de dados favorecem processos de significação e de descoberta em sistemas de consulta de coleções fotográficas e, para tal, foca em soluções de design centradas no usuário e que assumem o pa- pel epistemológico de coleções como objeto e meio de análise. Nossa atenção é sobre coleções mantidas por instituições culturais (museus, bibliotecas, arquivos, institutos, etc.). Atualmente, percebemos um crescente interesse no enquadramento de coleções a partir do viés dos dados, isto é, a partir da percepção simultânea das reproduções digitais e de seus metadados. Dentro dessa abordagem, emergem questões pertinentes ao Design e que dizem respeito ao projeto de espaços informacionais para coleções fotográficas. À medida que a pesquisa por palavras-chave constitui-se como paradigma de busca dominante e pouco generoso, pois retém mais do que ofe- rece, acreditamos que, considerando aspectos de catalogação, multidimensionalidade e escala em coleções, podemos projetar um sistema de consulta baseado em técnicas de visualização e recursos interativos que amplificam atividades de exploração e de análise desempenhadas pelos consulentes. Esta tese é conduzida através de procedimento metodológico que combina investi- gação teórica e prática. A etapa teórica cobre uma revisão de literatura nas áreas de Humanidades Digitais, Visualização e Patrimônio Cultural bem como o exame de soluções existentes para vi- sualização de coleções de imagens. Ao final do Capítulo 1, identificamos lacunas conceituais e oportunidades projetuais que servem de pontos focais para a proposta de design de interface de um novo sistema: o Fotovis. A etapa prática da tese é conduzida através de um estudo de caso realizado junto ao Instituto Moreira Salles (IMS), uma importante instituição na paisagem cul- tural brasileira. A partir de uma colaboração que permitiu o acesso a uma amostra de fotografias para instanciação no Fotovis, bem como uma estreita cooperação com especialistas, curadores e públicos menos especializados, foi possível prototipar o Fotovis em um cenário concreto de uso. O protótipo e sua subsequente avaliação levam a resultados que servem de evidência empírica da tese e são relevantes para instituições de Patrimônio Cultural e para o campo das Humanidades Digitais. Os resultados também são significativos para as disciplinas de Design de Interface, Visualização de Informação e Interação Humano-Computador.

17 fev 2020

Uma genealogia do espaço expositivo contemporâneo: interlocuções entre arte, curadoria e design

O espaço expositivo em museus e galerias é constituído por uma série de artefatos de mediação entre a obra de arte e o público. Analisando e historicizando as transformações dos modos de expor do século XX e início do XXI, esta tese aprofunda-se nos aspectos formadores dos espaços expositivos contemporâneos: salões carregados de informações visuais, concepções do cubo branco, instalações de arte dos anos 1960-70 e espaços projetados para a interação com o público. O texto se desenvolve por meio de um percurso histórico que se orienta por três vetores de análise que também constituem o referencial teórico trabalhos artísticos, projetos curatoriais e design exposições. Entendemos que a história do espaço expositivo não pode ser contada exclusivamente por nenhuma dessas três áreas tornando essencial a análise de sua interdisciplinaridade. Essas atividades provocaram mudanças nas formas de apresentação da obra para o público e, consequentemente, nos modos de ver os trabalhos de arte. Serão destacadas exposições históricas, apresentando grupos de artistas, designers e curadores, cujas contribuições foram seminais para a formação do ambiente de exposições de arte. A aproximação da arte no cotidiano das pessoas, característica do período aqui destacado, será demonstrada por uma série de processos de mediação. Da relação do espectador com os formatos de exibição emergem experiências que propomos refletir a partir da interlocução do design, da curadoria e da arte no espaço expositivo atual.

20 ago 2019
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