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PPDESDI Doutorado

“Nurturing with”: a tasting experience about Design & Health

Neste trabalho, buscamos investigar como o design pode contribuir para a melhoria da saúde no Brasil. Com base em autores como Donna Haraway, Arturo Escobar e Pablo Solón, propomos que a saúde é relacional. Nesse sentido, entendemos que, para criar caminhos para resolver ou, no mínimo, amenizar os problemas atuais, precisamos compreender as relações que a conformam, pautando-nos pelo pensamento tentacular. Ao longo do texto fazemos um histórico sobre a saúde no Brasil, desde as lutas que originaram o Sistema Único (SUS) de Saúde brasileiro, até a identificação do território como uma pista fundamental para compreender a os emaranhados da saúde. O SUS é a materialização da saúde enquanto direito social e tem a participação popular como uma das suas diretrizes. Dessa forma, “participar” torna-se palavra-chave, ou mesmo verbo-chave, quando queremos falar de práticas relacionadas à saúde brasileira. Contudo, a participação é prejudicada pelo o que seria o seu oposto, a marginalização, que, como o termo indica, coloca certos grupos da sociedade à margem tanto das tomadas de decisão, quanto no pleno gozo das políticas públicas. Tomando- se essa problemática para o campo do design, acreditamos que, por meio das ações participativas, seria possível criarmos e estimularmos novas formas de fazer com, contribuindo para a autonomia em saúde. Como um dos parceiros da rede denominada Arranjo Local da Penha (ALP), o trabalho de campo foi desenvolvido com um grupo de mulheres, pacientes do serviço de nutrição da Clínica da Família Dr. Felippe Cardoso, localizada no bairro da Penha, município do Rio de Janeiro. O ponto de partida foi a decisão, por parte da prefeitura, de demitir diversos profissionais da Clínicas da Família, incluindo a nutricionista parceira do (ALP). Assim, iniciamos nossos encontros com o desfio de manter o grupo unido e de buscar formas de resistências frente às problemáticas enfrentadas na região. Utilizando ferramentas como dispositivos de conversa, de Barbara Szanieki e Zoy Anastassakis, e os provótipos, de Jared Donavam e Wendy Gunn, experimentamos uma produção material coletiva, por meio da qual observamos que fazer parte dos processos produtivos foi capaz de estimular autonomia e autoestima das mulheres. Além disso identificamos, para além das teorias, que a saúde é, na prática, simpoiética, inspirando-nos pelo termo “simpoiesis”, de Donna Haraway, através da percepção de que o afeto e o território são elementos que formam os tentáculos da saúde mental e ambiental. A parceria entre design, instituições de saúde, pacientes e movimentos sociais, nos faz refletir sobre o design como uma ferramenta capaz de “nutrir-com” novas relações e novos modos de vida frente a tempos turbulentos. Por fim, entendemos que o encontro entre o design e a saúde é necessariamente simpoiético, formando o campo Design & Saúde.

05 abr 2021
Camille Costa Moraes
PPDESDI Mestrado

Azulejaria do Coletivo MUDA: burburinho visual na paisagem urbana

A arte do Coletivo MUDA que se apresenta por meio da criação de painéis de azulejaria aplicados nos muros das cidades, e suas possíveis interferências nas cenas urbanas, se constitui no objetivo de pesquisa desta dissertação. O estudo apresenta e discute a formação de um possível novo capítulo na história da azulejaria brasileira a partir do trabalho desenvolvido pelo MUDA, no qual a cultura do grafite soma-se à tradição azulejar brasileira. No processo criativo realizado de forma coletiva, adotado pelo MUDA, observa-se a influência da filosofia de trabalho de coletivos contemporâneos, nos quais a criação e autoria são compartilhadas por meio da troca de saberes de seus integrantes. A literatura apresenta poucas referências sobre o coletivo carioca, sendo este um dos motivos pelos quais a pesquisa mergulha no trabalho de campo junto ao coletivo, mais especificamente em seu ateliê, acompanhando o processo de criação no ambiente em que nascem os projetos. O método de pesquisa adotado se deu primeiramente a partir da Revisão Bibliográfica Sistemática sobre o tema azulejaria tradicional e moderna, processos criativos colaborativos em coletivos atuais e visitas ao ateliê para observação dos métodos de trabalhos adotados pelo coletivo. A pesquisa apresenta ao final, um panorama sobre a trajetória criativa do MUDA, relacionando sua produção com os temas sobre o coletivo e a intervenção urbana. O trabalho busca contribuir assim com a disponibilização de material bibliográfico e visual sobre as atividades artísticas culturais produzidas na cidade do Rio de Janeiro, ampliando-se também para outros territórios, pois o alcance do MUDA é internacional. Mais do que lançar luz sobre o trabalho do Coletivo MUDA, a pesquisa buscou exaltar o modo de criação coletiva do grupo, pois as obras ao final ganham a assinatura de todos os integrantes. Este pensamento garantiu uma das características fundamentais deste coletivo e ajudou a sustentar o pensamento presente neste trabalho: somos seres coletivos. O fomento e a ampliação desta ideia podem trazer resultados interessantes tanto para o universo do design, quanto para os demais campos de atuação humana.

25 ago 2021
Marco Aurélio Fernandes
PPDESDI Mestrado

Sanding, carving and narrating: a possible world at the J. Borges Memorial

J. Borges – xilógrafo e cordelista pernambucano – criou, ao longo de 5 décadas de carreira, um vasto universo de imagens e narrativas. Suas obras se espalham pelo Brasil e pelo mundo e reafirmam a importância dos cordéis e xilogravuras para a cultura popular brasileira. Estas duas formas de expressão são consideradas os principais registros das crenças e valores sertanejos brasileiros dos últimos séculos (FERREIRA e outros, 2006). Portanto, J. Borges é um grande aliado para refletir sobre o nosso país e nossos costumes. Depois de trabalhar como vendedor de cordel, J. Borges começou a escrever e ilustrar os próprios folhetos na década de 1960. E, a partir da década seguinte, observou-se que as xilogravuras, antes restritas às capas de cordel, passaram a ser produzidas em dimensões maiores. Dessa maneira, as imagens ganharam cores e riqueza de detalhes. Sem abandonar os temas sobre a vida rural do sertão e o imaginário popular brasileiro, J. Borges foi um dos artistas que participou desta transição. Hoje, ele é uma das maiores referências na xilogravura popular brasileira, propagando seu estilo e compartilhando o seu processo de produção com as novas gerações. Dessa forma, abordar a técnica e conhecimentos do artista é uma maneira de contribuir para a pluralização da história do design brasileiro. Durante uma semana, em outubro de 2021, acompanhei a produção das xilogravuras de J. Borges in loco, no Memorial J. Borges, localizado na cidade de Bezerros, Pernambuco. A pesquisa de campo revelou a manutenção do processo artesanal na produção das gravuras do artista. E constatou-se o uso de uma série de soluções inventivas, incluindo objetos adaptados, criados e ressignificados, além da marcante participação da equipe que, junto com o artista, produz xilogravuras e mantém o Memorial vivo. Portanto, essa dissertação traz uma narrativa sobre um mundo observado e vivenciado no Memorial J. Borges; um espaço que produz imagens, sons, cheiros e relações; e que afeta, ao mesmo tempo que é afetado pelo trabalho do artista. O Memorial é a atual oficina, loja, galeria e moradia do artista que, aos 86 anos de idade,continua produzindo xilogravuras que nos contam sobre o Brasil, e compartilhando suas memórias, casos e histórias. Finalmente, compreendemos que o processo de produção de J.Borges é uma forma possível de produção e reprodução de imagens, narrativas e significados. Este processo resulta em uma obra que insiste em falar do Brasil através de uma estética e linguagem que refletem um aspecto significativo da nossa realidade e caracterizam um segmento importante da nossa cultura. E por isso os aprendizados sobre o artista se mostraram relevantes para o design brasileiro, como referência histórica e estética e como inspiração para olharmos para dentro do país.

03 abr 2023
Ana Melo Quintslr
PPDESDI Doutorado

Design sob uma perspectiva peirciana: o processo de criação de existências e suas consequências práticas

Uma revisão bibliográfica sobre o design evidencia a frequência com que diferentes autores iniciam seus textos pela conceituação dessa área. Com base na análise de diversas visões sobre o campo, identificamos a existência de três dicotomias: design versus produção; teoria versus prática; design versus uso. Há um entendimento naturalizado do design como sendo somente a etapa projetual, momento em que um criador idealiza e planeja um produto. Nessa concepção, subentende-se que a criatividade habita essa fase, sendo a produção mera reprodução de um plano definido previamente. O uso parece ser entendido como uma consequência, sob um aspecto passivo. Esta tese objetiva oferecer uma concepção do design que ultrapasse tais dicotomias, por não encontrarem elas confirmação na experiência. Para isso, utilizamos como fundamentação teórica conceitos da filosofia de Charles Sanders Peirce a fim de compreender os processos de criação, produção, uso e pós-uso no design. Essa escolha justifica-se por mostrar-se tão atual o pensamento desse filósofo, que pode contribuir para romper a herança de uma compreensão polarizada do mundo. Peirce opôs-se a um tipo de pensamento determinista e apenas dualista, ao propor uma filosofia evolutiva, que pressupõe haver continuidades no universo. Tal visão possibilita conceber o mundo em contínua transformação, no qual o acaso não cessa de atuar, o aprendizado é sempre possível e o conhecimento evolui. Nesse sentido, a filosofia peirciana trata o universo de forma conectada, por entender teoria e prática, interno e externo, pensamento e ação como continuidades, em vez de oposições. Além disso, tendo o design, em sua etimologia, a ideia de criar sentido, nada mais adequado que analisá-lo sob a perspectiva de uma filosofia eminentemente semiótica. Nesta tese, tratamos do processo de criação no design, abordando as questões da criatividade, da metodologia e da produção à luz da fenomenologia e da metafísica peircianas, de forma a propor ser a produção parte do design. Também estudamos o design como fenômeno de representação, como signo. Para tanto, baseamo-nos na semiótica peirciana, a fim de podermos abordar a retórica e a polissemia no design, discutindo a criatividade na utilização do produto. Por fim, enfatizamos as consequências do design para a sociedade e para o ambiente, a partir do momento em que conceitos se tornam existências que ganham autonomia no mundo. Com esse propósito, apresentamos o pragmatismo peirciano, que entende ações como o lado exterior de ideias e conceitos como o lado interior de ações, de forma a questionarmos a dicotomia teoria e prática. Também discorremos sobre a forma de fixação de crença e sobre o aprendizado, além de frisarmos a importância do senso de responsabilidade no design, visto que, na divisão das ciências propostas por Peirce, a ética é uma das ciências normativas que fundamentam a semiótica. E, uma vez que a teoria peirciana nos mostra a rede de conexões de pensamentos que contribuem para a evolução do conhecimento em uma sociedade, abordamos, ainda, o processo de cocriação. Nosso desejo, ao fim desta pesquisa, foi contribuir com mais um passo para os estudos sobre o design, estabelecendo relações entre esse campo e a filosofia de Charles Sanders Peirce, de forma a passarmos a compreender criação, produção, uso e pós-uso como continuidades.

17 fev 2017
Raquel Ferreira da Ponte
Graduação Design

Imersidão

A arte como experiência de comunicação: “Imersidão” é um projeto de natureza teórico-prática que pretende instigar a reflexão acerca da exploração da intimidade e o que significa torná-la pública. É uma investigação que busca entender até onde ela pode levar e como compartilhá-la pode gerar novas conexões, tanto para o criador como espectador, que também faz parte da obra.

Por intermédio da criação de uma narrativa audiovisual, que perpassa por ideias ‘bataillanas’ em relação ao erotismo, o projeto constrói uma abordagem que expõe a relação de intimidade entre casal, na qual há uma total abertura do íntimo de cada um. O projeto busca ratificar como, principalmente em tempos de quarentena e isolamento social, a intimidade torna-se o próprio alvo e aliado do processo criativo: ela é o recurso confrontado em tempos de confinamento.

A construção do filme é marcada pela representação visual de conceitos intangíveis e inaugura uma ideia de verosimilhança, uma vez que foi realizada por um casal que divide, de fato, uma vida íntima, sem nenhum tipo de encenação e inexistência de um roteiro prévio durante as filmagens. Além disso, este trabalho investiga o processo metodológico envolvido na concepção e desenvolvimento de uma narrativa coerente. Vale ressaltar que o produto final desse projeto não é o filme em si, mas a forma como ocorreu sua construção, explicitada através da descrição das etapas envolvidas nos métodos de trabalho que descobri, elaborei, intuí ou aprendi.

2020
Mariana Daniela Gaspar Silva