Barbara Szaniecki

Graduação em Comunicação Visual pela ENSAD-Paris, mestrado e doutorado em Design pela PUC-Rio. Na ESDI, é pesquisadora associada ao LaDa (Laboratório de Design e Antropologia). Suas áreas de pesquisa se concentram em questões estéticas e políticas nas produções visuais tais como fotografia, comunicação visual, artes plásticas e cartografias; na expansão do design à cidade e, nessa expansão ao espaço urbano, em questões de criatividade e de participação cidadã como exercício de democracia assim como nas relações entre instituiçoes e movimentos sociais por meio do design; nas relações entre design e arte contemporânea. Em todas as áreas de pesquisa, procura estreitar a relação entre questões teóricas e os processos metodológicas de design.

Interesses de pesquisa

Atualmente tem interesse particular em imagens e imaginários do Antropoceno. Questões estéticas e políticas em produções visuais tais como fotografia, design gráfico, artes plásticas e cartografias; na expansão do design ao espaço urbano, em questões de criatividade e de participação cidadã como exercício de democracia assim como nas relações entre instituições e movimentos sociais por meio do design; nas relações entre design e arte contemporânea. Em todas essas áreas, procura estreitar a relação entre pesquisa e criação no campo do design.

Bibliografia fundamental

1. LATOUR, Bruno. Diante de Gaia. São Paulo: Ubu e Ateliê de Humanidades, 2020.
2. HARAWAY, Donna. Ficar com o Problema - Fazer parentes no Chthuluceno. São Paulo: N-1 Edições, 2023.
3. ALBERT, Bruce. KOPENAWA, Davi. O Espírito da Floresta. S. Paulo: Cia das Letras, 2023.
4. DESCOLA, Philippe. As Formas do Visível: Uma antropologia da figuração. São Paulo: Editora 34, 2023.
5. DEMOS, TJ. Visual Culture and Environment Today. Sternberg Press, 2017.

Orientador / Co-orientador
PPDESDI Mestrado

Insurgent UrbInsurgent urban production: Mapping right to the city claims in Latin America public spaces

A pesquisa tem como objetivo reconhecer a produção urbana insurgente, com foco especial nas recentes formas de apropriação dos espaços públicos. Para tal, o trabalho se concentra em modos alternativos de produzir cidades a partir de projetos de pedagogia, ocupação, requalificação e produção urbana situados no contexto sociocultural latino-americano, e na identificação de ações que privilegiem o conhecimento e as lutas de grupos marginalizados pelo planejamento urbano consolidado. Lançando mão de uma abordagem transdisciplinar, pretende-se descobrir conceitos e projetos que possam contribuir para o entendimento das práticas de reivindicação do direito à cidade no âmbito dos espaços públicos. De maneira mais direta, como a produção urbana insurgente se configura? E como (se) pode contribuir para o enfrentamento da crise das cidades? Nesse sentido, a pesquisa busca marcadores teóricos que sejam capazes de englobar (ao menos em parte) a complexidade da produção socioespacial. Dessa forma, foram trazidas para o trabalho parte da produção intelectual dos campos da filosofia, geografia, sociologia, antropologia, do design e urbanismo, numa tentativa de elucidar as relações entre espaço público, economia e sociedade do ponto de vista do direito à cidade, da insurgência e de uma dimensão ontológica do design. Um segundo tempo de pesquisa é composto pelo mapeamento de casos, revelando quais questões as práticas encontradas podem suscitar e quais conceitos e problemáticas em específico podem ser mais explorados. São considerados projetos insurgentes quando os cidadãos tomam para si o poder de transformar seus espaços de convivência, o que seria historicamente o papel do Estado. Ainda, quando se contrapõem à lógica vigente de produção, uso e conservação desses espaços. A escolha pelo olhar direcionado ao espaço público se dá por seu caráter simbólico e de projeção política, ideológica, econômica e social, como reveladores ou materializadores de pensamentos e movimentos coletivos.

 

29 abr 2024
Fabiana Duffrayer
PPDESDI Doutorado

Afrodiasporic aesthetics: resistance and struggle of political dress

“Estética afrodiaspórica: resistência e luta do vestir político” busca expor a importância do processo de letramento racial para a construção de uma estética enegrecidamente confortável para os povos negros brasileiros e combativa para a branquitude brasileira. Por meio das vivências narradas por mim e pelos relatos dos diferentes negros que atravessam esta pesquisa, objetiva-se compreender o processo de entendimento da negritude, seu lugar político, a necessidade de luta para manutenção de uma imagem positiva de ser negro no país e como a estética tem um papel importante na assinatura da ocupação do negro em diferentes locais de poder. A tese também considera o design, a partir da moda, como fator importante para materialização de uma estética afrocentrada, para produção de artefatos, indumentárias, adornos em geral, que possibilitem a negros contemporâneos a assinatura de sua ancestralidade por meio do corpo, sem estigmas. Neste sentido, o trabalho evidencia as tensões políticas de raça, desde a colonização, passando pelos resultados atuais e sintomas da escravidão, até os dias atuais, com olhares e pensamentos decoloniais, políticos e firmes, que colocam os negros assinando sua estética em espaços de poder distintos, sem que isso o coloque em lugar de desprestígio.

30 mai 2023
Nilmar Figueiredo de Souza
PPDESDI Doutorado

Codesign as composting with an agroecological community in Serra da Misericórdia, Rio de Janeiro

Esta tese de doutorado tem como objetivo analisar o lugar do designer no desenvolvimento de uma rede de agricultores na Serra da Misericórdia, Rio de Janeiro. Pretende-se entender qual o papel do designer e como ele articula o seu conhecimento projetual especializado e como a sua experiência contribui para a criação dessa rede. A pesquisa acompanha a formação de uma rede de agricultores na Serra da Misericórdia, chamada “Arranjo Local Penha”, e como ela se projeta em mundos alternativos agroecológicos, de bem viver, relacionais e participativos. Esta tese é principalmente elaborada a partir das experiências de campo na Serra da Misericórdia durante os anos de 2017 a 2021 e tem como base teórica o trabalho do antropólogo Arturo Escobar, sobretudo sua pesquisa sobre autonomia e design como caminho para alcançar pluriversos. No capítulo 1, apresento a minha trajetória, desenvolvo a ideia de agricultura urbana para além do plantar, sobre o que é sustentabilidade, por que essa noção continua atrelada ao desenvolvimentismo e discuto algumas possibilidades de sustentabilidade com envolvimento a partir das noções de bem viver, design para autonomia e para transição, design participativo, pesquisas já realizadas em favelas do Rio de Janeiro e como as linhas do making podem enlaçar as lutas do commoning. No capítulo 2, começo a descrever a minha aproximação e os primeiros experimentos na Serra da Misericórdia. Apresento o que é a Serra da Misericórdia e quais significados e representações ela adquire para os grupos ambientais que a protegem e como estes se formam ambientalistas, destacando a luta da organização não governamental, a ONG CEM. O CEM foi um dos organizadores do Arranjo Local Penha, rede de parceiros que mobiliza a agricultura urbana para a promoção da soberania alimentar na Penha. A partir de Escobar, analiso tanto na construção da Serra da Misericórdia como do Arranjo Local Penha, como as comunidades fazem design de si um fazer em rede, nunca isolado. Mais do que uma comunidade, uma unidade comum, um composto em redes instáveis que se fazem e refazem e viram juntas outra coisa muito fértil. No capítulo 3, abordo a minha participação na terceira fase do Arranjo Local Penha, na qual será formada uma rede de agricultores produtores de mudas de plantas na Serra da Misericórdia. Apresento a proposta do projeto que foi submetida a um edital de financiamento da Faperj e que viabilizou a realização da rede. Do desenho do projeto para sua realização, a rede foi atravessada por questões locais, do território e dos seus habitantes, e globais, como a pandemia de Covid-19. No andamento desse processo, meus colegas e eu aprendemos ver os problemas como parte do trabalho e não como obstáculos. Mas, para isso acontecer, nossa ação demandou um grande envolvimento, um fazer parte dessa comunidade/composto. Por fim, proponho que o codesign que realizamos assemelhou-se ao processo de compostagem.

12 jul 2022
Pedro Biz Eschiletti
PPDESDI Doutorado

Design as collective research in territory: experiments, correspondences and cartographies

Esta tese aborda o design como modo de pesquisa coletiva nos territórios a partir da correspondência com os campos da antropologia e da educação. Parte de um experimento local, que ampliou o entendimento de espaço público às questões de interesse, para assumir o desafio de colocar o design entre diferentes escalas e dimensões do território, buscando articulações entre iniciativas locais e o planejamento estratégico das cidades. Entre correspondências e cartografias, explora uma perspectiva dialógica, crítica e política do design frente às questões de pesquisa, em campo, com as pessoas e os territórios, no sentido de mudança para uma postura de cuidado e atenção imanente para projetos que abarquem diferentes modos de vida. Para isso, desenvolve e analisa uma série de experimentos envolvendo design e participação em territórios, com grupos e lugares diferentes, que constituem a estrutura fundamental desta tese, estimulando movimento e diálogo entre teoria e prática: o projeto de mestrado no bairro do Rio Comprido; o Coletivo Baixo Rio, com atuação no mesmo bairro; o curso Mapa-Praça-Máquina na praça Tiradentes, no centro do Rio; oficinas realizadas em conjunto com pesquisadoras do LaDA, aplicadas em seminários acadêmicos, no Complexo da Maré e na Rocinha; atividades desenvolvidas no Colégio de Aplicação da Uerj (CAp-Uerj); disciplinas na graduação da Esdi- Uerj; o Plano Estratégico Metropolitano do Rio de Janeiro. Passa pela crítica ao projeto moderno de cidade pelas vias do planejamento urbano, refletindo sobre os desafios da participação e caminhos possíveis para engajamento político nos territórios por meio do design. Abarca ainda diálogos e conversações entre design e educação na relação com os territórios – de “ensino de design e de design no ensino”, enquanto espaços de aprendizagem coletiva que possibilitam o engajamento acerca de questões de interesse comuns, visando a transformação de contextos situados e a formação de sujeitos ativos, críticos e reflexivos para a cidadania. A partir das abordagens Design Anthropology, Codesign e “Design e/como Educação”, os designers atuam como co-investigadores ao buscar identificar questões, debater ideias e imaginar possibilidades futuras, sempre de modo engajado com o campo e as pessoas. Para isso, adotam ferramentas e métodos chamados “dispositivos de conversação” como espaços de encontro que reúnem agentes heterogêneos com diferentes conhecimentos e práticas para investigar questões de interesse e alternativas futuras em um processo dialógico e especulativo. Essas aproximações colocam o design como modo de pesquisa a partir de uma perspectiva transdisciplinar e dialógica que pretende identificar questões, articular saberes, construir pontes e estimular o debate para a transformação coletiva.

08 mar 2022
Mariana Borja Costard
PPDESDI Mestrado

Azulejaria do Coletivo MUDA: burburinho visual na paisagem urbana

A arte do Coletivo MUDA que se apresenta por meio da criação de painéis de azulejaria aplicados nos muros das cidades, e suas possíveis interferências nas cenas urbanas, se constitui no objetivo de pesquisa desta dissertação. O estudo apresenta e discute a formação de um possível novo capítulo na história da azulejaria brasileira a partir do trabalho desenvolvido pelo MUDA, no qual a cultura do grafite soma-se à tradição azulejar brasileira. No processo criativo realizado de forma coletiva, adotado pelo MUDA, observa-se a influência da filosofia de trabalho de coletivos contemporâneos, nos quais a criação e autoria são compartilhadas por meio da troca de saberes de seus integrantes. A literatura apresenta poucas referências sobre o coletivo carioca, sendo este um dos motivos pelos quais a pesquisa mergulha no trabalho de campo junto ao coletivo, mais especificamente em seu ateliê, acompanhando o processo de criação no ambiente em que nascem os projetos. O método de pesquisa adotado se deu primeiramente a partir da Revisão Bibliográfica Sistemática sobre o tema azulejaria tradicional e moderna, processos criativos colaborativos em coletivos atuais e visitas ao ateliê para observação dos métodos de trabalhos adotados pelo coletivo. A pesquisa apresenta ao final, um panorama sobre a trajetória criativa do MUDA, relacionando sua produção com os temas sobre o coletivo e a intervenção urbana. O trabalho busca contribuir assim com a disponibilização de material bibliográfico e visual sobre as atividades artísticas culturais produzidas na cidade do Rio de Janeiro, ampliando-se também para outros territórios, pois o alcance do MUDA é internacional. Mais do que lançar luz sobre o trabalho do Coletivo MUDA, a pesquisa buscou exaltar o modo de criação coletiva do grupo, pois as obras ao final ganham a assinatura de todos os integrantes. Este pensamento garantiu uma das características fundamentais deste coletivo e ajudou a sustentar o pensamento presente neste trabalho: somos seres coletivos. O fomento e a ampliação desta ideia podem trazer resultados interessantes tanto para o universo do design, quanto para os demais campos de atuação humana.

25 ago 2021
Marco Aurélio Fernandes
PPDESDI Doutorado

“Nurturing with”: a tasting experience about Design & Health

Neste trabalho, buscamos investigar como o design pode contribuir para a melhoria da saúde no Brasil. Com base em autores como Donna Haraway, Arturo Escobar e Pablo Solón, propomos que a saúde é relacional. Nesse sentido, entendemos que, para criar caminhos para resolver ou, no mínimo, amenizar os problemas atuais, precisamos compreender as relações que a conformam, pautando-nos pelo pensamento tentacular. Ao longo do texto fazemos um histórico sobre a saúde no Brasil, desde as lutas que originaram o Sistema Único (SUS) de Saúde brasileiro, até a identificação do território como uma pista fundamental para compreender a os emaranhados da saúde. O SUS é a materialização da saúde enquanto direito social e tem a participação popular como uma das suas diretrizes. Dessa forma, “participar” torna-se palavra-chave, ou mesmo verbo-chave, quando queremos falar de práticas relacionadas à saúde brasileira. Contudo, a participação é prejudicada pelo o que seria o seu oposto, a marginalização, que, como o termo indica, coloca certos grupos da sociedade à margem tanto das tomadas de decisão, quanto no pleno gozo das políticas públicas. Tomando- se essa problemática para o campo do design, acreditamos que, por meio das ações participativas, seria possível criarmos e estimularmos novas formas de fazer com, contribuindo para a autonomia em saúde. Como um dos parceiros da rede denominada Arranjo Local da Penha (ALP), o trabalho de campo foi desenvolvido com um grupo de mulheres, pacientes do serviço de nutrição da Clínica da Família Dr. Felippe Cardoso, localizada no bairro da Penha, município do Rio de Janeiro. O ponto de partida foi a decisão, por parte da prefeitura, de demitir diversos profissionais da Clínicas da Família, incluindo a nutricionista parceira do (ALP). Assim, iniciamos nossos encontros com o desfio de manter o grupo unido e de buscar formas de resistências frente às problemáticas enfrentadas na região. Utilizando ferramentas como dispositivos de conversa, de Barbara Szanieki e Zoy Anastassakis, e os provótipos, de Jared Donavam e Wendy Gunn, experimentamos uma produção material coletiva, por meio da qual observamos que fazer parte dos processos produtivos foi capaz de estimular autonomia e autoestima das mulheres. Além disso identificamos, para além das teorias, que a saúde é, na prática, simpoiética, inspirando-nos pelo termo “simpoiesis”, de Donna Haraway, através da percepção de que o afeto e o território são elementos que formam os tentáculos da saúde mental e ambiental. A parceria entre design, instituições de saúde, pacientes e movimentos sociais, nos faz refletir sobre o design como uma ferramenta capaz de “nutrir-com” novas relações e novos modos de vida frente a tempos turbulentos. Por fim, entendemos que o encontro entre o design e a saúde é necessariamente simpoiético, formando o campo Design & Saúde.

05 abr 2021
Camille Costa Moraes
Graduação Design

Marias: Projeto Editorial

Marias: projeto editorial apresenta como objetivo ressaltar a importância da visibilidade da literatura preta lésbica no circuito literário. O projeto questiona a atual representatividade de mulheres múltiplas que vivenciem suas sexualidades fora do padrão pré-estabelecido pela sociedade. O livro seleciona quatro autoras, duas estrangeiras e duas nacionais no qual suas produções textuais exaltam o afeto entre mulheres.

O conteúdo é formado por trechos de ensaios, contos, crônicas e poemas dessas escritoras, além de experimentações cartográficas e aplicação de ilustrações das autoras para compor o editorial. O projeto foi desenvolvido por Suellen de Oliveira como projeto de conclusão na Escola Superior de Desenho Industrial, sob a orientação da professora Barbara Szaniecki.

2021
Suellen de Oliveira Arruda
Graduação Design

Processos Criativos Conexões entre Design e Dança

2021
Laura Rocha dos Anjos
Graduação Design

Ser Pole Dancer: Cartazes para uma Prática Empoderadora

2021
Giulia Resende Marques
Graduação Design

StoryboardDesign: O storyboarding aplicado ao design

Storyboarding é uma atividade característica mas não restrita à área da cinematografia e que consiste em criar uma sequência narrativa visual. Os princípios dessa atividade provam-se úteis na área do design, por exemplo, para aplicar uma identidade visual, demonstrar a montagem de um produto ou ilustrar a interação entre um usuário com determinado serviço. StoryboardDesign é um projeto editorial que procura ser tanto um dicionário, introduzindo as definições de um “Storyboard” em diferentes campos do design, quanto um catálogo, explorando essa variedade de aplicações do storyboarding em projetos. O trabalho foi desenvolvido por Eduardo da Silva de Alencastre Ceva como Trabalho de Conclusão de Curso na Escola Superior de Desenho Industrial, sob a orientação da professora Barbara Szaniecki.

2021
Eduardo da Silva de Alencastre Ceva
Graduação Design

Do cosmos à terra: O Design e Antropologia para e com outros mundos possíveis

O Antropoceno, a crise sistêmica e o colapso socioambiental trazem a urgência de se repensar a insustentabilidade do ser-no-mundo moderno: antropocentrista, capitalista, neoliberal, extrativista, patriarcal e tantos outros adjetivos genocidas, imerso na lógica do "des-envolvimento" - literalmente, do “deixar de se envolver”- e que explora infinitamente os recursos de um planeta finito. A iminência do fim de mundo enquanto o conhecemos, comprovada científica e empiricamente, principalmente após a eclosão de uma pandemia mundial, pode ser interpretada como um resultado dessa forma de viver degenerante. Correr contra o tempo para mudar o rumo da espécie, que caminha em direção a autoextinção, ao lado de tantas outras, deixou de ser uma opção para se tornar a única saída para continuar coabitando o planeta. Ser apenas sustentável já não é o suficiente, se torna necessário também atuar de forma regenerante e criativa, a fim de responder à demanda de uma outra forma de existir: integrada à natureza.

Em resposta a isso algumas alternativas, não só para futuros, mas para presentes possíveis, estão sendo criadas e, principalmente, reativadas, principalmente aquelas que têm como base a epistemologia dos povos originários, que já experienciaram o fim dos seus mundos, resistindo e expandindo suas subjetividades. Nesse sentido, proponho com essa pesquisa que não é mais necessário inventar novas formas de ser mas sim fazer emergir aquelas que estavam soterradas. Ideias e potências essas sustentadas por uma visão cosmológica e sistêmica que, combinadas com a ciência ocidental, possibilitam um novo oxigênio para conceber a realidade e seus urgentes desdobramentos. A partir de ideias que caminham para a descolonização, autonomia, animismo, regeneração e pertencimento, acredito ser possível sonhar e se realizar natureza, se reconhecer enquanto território de luta e resistência. A transição cultural e perceptiva na direção de uma noção de existência expandida e regenerativa, se volta em direção ao cuidado, ao feminino e à terra, nos entendendo como parte dependente de uma rede de seres inteligentes, transcender e convergir experiências criadoras de subjetividade em uma conjuntura de ausências e desmoronamentos. Se o céu e as certezas até então estagnadas estão caindo por terra, que possamos ser capazes de despencar no cosmos, cautelosamente, em direção à ela, à Terra, de volta a Gaia.

Fazendo antropologia por meio do design, essa pesquisa mistura perspectivas objetivas e subjetivas a fim de criar de outros tipos de narrativas acadêmicas por meio de um diálogo ontológico do design para e com outras ciências. Com essa convergência, trazendo o questionamento o que realmente significa ser humano, busca-se explorar como reproduzir um serno- mundo reenvolvido em termos ecológicos ao meio interno e externo. Inspirado nas ideias de Ailton Krenak para adiar o fim do mundo, esse projeto se propõe a misturar linguagens e modos de imaginação de mundo, por meio de uma pesquisa que se desenvolveu em "um dispositivo de fabulação": um jogo/oráculo para sonhar, intuir e criar a possibilidade de contar mais histórias, outras histórias. Deixando que a natureza fale por nós, cruzar cosmologias e práticas, visões decoloniais e sistêmicas, para habitar os desafios da criação de presentes e futuros possíveis e, ao fazer as perguntas certas, sonhar outros mundos.

2020
Giulia Cezini Bulhões Cahét
Graduação Design

Educação, Favela e Design

Educação, Favela e Design é uma experiência de pesquisa sobre educação no ensino médio com foco em alunos moradores de favelas no Rio de Janeiro. Com a utilização do Design Thinking e suas ferramentas, o objetivo é melhorar o debate sobre o ensino entre seus principais atores, o aluno, seus responsáveis, os professores e a comunidade do entorno da escola, proporcionando um exercício maior da comunicação visual e a melhoria dos processos de aprendizagem com o estímulo do pensamento projetual.

2020
Pedro Henrique de Souza Paiva
Graduação Design

Uma Página por Vez

Uma Página por Vez é um caderno de atividades que tem como objetivo incentivar e ativar o hábito da leitura. O caderno propõe ao usuário uma jornada de autorreflexão, instigando-o a mergulhar na sua história enquanto leitor e provocando-o a enxergar a leitura como uma atividade que, além de benéfica, é prazerosa e possível de ser realizada. O projeto foi desenvolvido por Hillary de Oliveira como projeto de conclusão na Escola Superior de Desenho Industrial, sob a orientação da professora Barbara Szaniecki.

Com base numa questão norteadora -“Como voltar a ler?”- o caderno se desdobra em 5 seções que vão desde uma auto-análise até atividades e desafios que instigam a ativação do hábito da leitura. Colocando sempre a narrativa do próprio usuário no centro das atividades, o caderno busca ativar a conexão das pessoas com o mundo da leitura.

2020
Hillary de Oliveira Farias
PPDESDI Mestrado

Cultural spaces and design: weaving relations with the territory through participatory processes

A pesquisa parte do estudo das abordagens Design Participativo, Codesign e Design para Inovação Social, constitutivas de um arcabouço teórico e metodológico apto a promover o convívio e a criatividade coletiva em processos dialógicos que abarquem amplamente as questões de interesse da comunidade (LATOUR, 2014). Em seguida, estas abordagens são articuladas com conceitos teóricos relativos a espaço, lugar e território, a fim de explorar possibilidades de atuação do design na potencialização da relação de espaços culturais com seu território em cidades crescentemente impactadas por deslocamentos e apagamentos culturais. Neste sentido, a pesquisa aposta em processos de design cada vez mais sistêmicos, integrativos e participativos no âmbito da cidade, onde um ecossistema abundantemente diverso e entrelaçado é sustentado e vivido por uma sociedade de múltiplas vozes, necessidades, carências, desejos e virtudes. Assim, como estudo de caso, é relatado um workshop no Centro Carioca de Design (CCD), localizado no centro do Rio de Janeiro. O workshop, destinado a pensar coletivamente futuros possíveis para o CCD, evidenciou disputas e possibilidades em consensos e dissensos e gerou as questões de pesquisa que nortearam um mapeamento de espaços culturais e uma síntese de entrevistas na cidade de Toronto (Canadá). A partir disso, pesquisa se encerra com o entrelaçamento das duas experiências no tocante à participação, placemaking e relação com o território. Desse modo, foi possível produzir um arcabouço de direções a serem consideradas em futuras estratégias voltadas para o fortalecimento da relação do CCD com seu território. Ao mesmo tempo, foi possível extrair algumas pistas para processos participativos e colaborativos no CCD que favoreçam emergir práticas culturais vivas do seu entorno. Por fim, como proposição, a pesquisa conclui que o CCD pode se tornar uma plataforma de articulação do território por meio do design e suas ferramentas, criando um ambiente favorável a discussões, reflexões e estratégias para integração de espaços culturais, comunidade, universidade e parcerias, tornando-se assim um catalizador de ações territoriais. Esta pesquisa recebeu apoio do Governo do Canadá.

22 ago 2019
Flavia Secioso
PPDESDI Mestrado

Chintz pattern: a graphical analysis

A pesquisa propõe uma investigação, através de um recorte histórico, sobre o tecido de chita, importado da Índia, e sua apropriação pelos brasileiros. Observaremos sua transformação, ao longo dos anos, de um de tecido de origem popular até seu uso nas passarelas da moda, através de questões referentes aos aspectos estéticos e técnicos. Uma matriz de análise gráfica será apresentada por meio do estudo sobre formas, cores e relação criativa de elementos visuais predominantes nesta estampa desde os anos 1960 até a atualidade. Apesar de ser notória a influência da chita na cultura brasileira, há poucos registros bibliográficos de sua história e de seu desenvolvimento gráfico. Além disso, esperamos que a matriz analítica proposta possa ser utilizada para além da investigação da chita, tendo seu aproveitamento no exame de outras padronagens gráficas em uma contribuição para os estudos na área de Design de Estamparia.

13 mar 2019
Aline Costa Miguel
PPDESDI Mestrado

Design, democracy and citizenship: the experience of the Citizenship Circle of Fátima's Neighborhood and Surrounding Areas in Rio de Janeiro

Questões sobre democracia, cidadania e participação popular têm sido temas frequentes não apenas nos debates políticos, mas vêm despertando interesse inclusive no campo do Design devido à introdução de perspectivas críticas acerca dos impactos socioambientais causados pela sua atividade. Alguns efeitos dessas reflexões podem ser percebidos nos constantes processos de atualização do campo, que transformaram o fazer design em uma multiplicidade de práticas, metodologias e finalidades, deslocando sua atenção para pensar a elaboração até mesmo de espaços, paisagens, cidade e cultura. Nesse novo cenário, as práticas participativas e colaborativas do Design vêm ganhando destaque e têm sido pensadas por diversos teóricos e profissionais do campo como abordagens capazes de auxiliar a constituição de uma democracia feita de baixo para cima, ensejando, assim, um vasto campo de investigações sobre processos de democratização da democracia. Desse modo, podemos perceber um Design mais próximo das questões sociais e mesmo de instituições públicas, onde algumas de suas práticas vêm sendo experimentadas no sentido de promover tanto processos projetuais mais abertos e participativos, como a elaboração de espaços políticos democráticos capazes de acolher a disputa e o dissenso como aspectos fundamentais na construção das questões que concernem à coletividade. Por outro lado, temos visto a emergência de múltiplas iniciativas sociais autônomas no território da cidade que ainda que de modo mais experimental e intuitivo procuram experimentar modos colaborativos e participativos de fazer política e de lutar pelo direito à cidade pela via da democracia direta e da cidadania. A partir das aproximações entre Design, democracia e cidadania, essa pesquisa visa explorar os pontos de contato entre as abordagens participativas e colaborativas do campo do design e as práticas experimentais realizadas em uma iniciativa cidadã na qual a pesquisadora participou durante dois anos no Rio de Janeiro: O Círculo de Cidadania do Bairro de Fátima e Vizinhanças. Desse modo, esse trabalho procura investigar como e em que medida as práticas de design podem contribuir para o engajamento cidadão nos debates e nas ações que concernem à coletividade e para a constituição de espaços políticos democráticos. Além disso, investigaremos como as experiências de democracia, cidadania e participação vividas em campo extrapolam os limites do Design, provocando processos de ressignificação de suas atividades, usos e funções em práticas micropolíticas mais experimentais.

09 ago 2018
Liana Ventura Coutinho Amaral

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Barbara Szaniecki | ESDI Alumni | ESDI
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