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Marcio Baraco

Marcio Baraco é doutorando em design pela Escola Superior de Desenho Industrial - ESDI. Possui mestrado em design pela ESDI, graduação em Desenho Industrial pela Universidade de Brasília - UnB e segundo grau técnico em Mecânica pela Escola Técnica Federal de Goiás (atual Instituto Federal de Goiás - IFG). Foi membro do Conselho Nacional de Estudantes de Design (de 2000 a 2003), e participou da criação do Anticast (podcast sobre design) e do blog FilosofiaDoDesign. Suas principais áreas de interesse são a teoria do design e a relação do design com a sociedade.

Projetos
PPDESDI Mestrado

The time of projects: Designing as a dynamic process

Em geral o design é pensado a partir das formas, consideradas em si mesmas, mas alternativamente é possível partir das relações entre o design e outros agentes ou, numa escala mais ampla, entre o design e a sociedade. Essa análise revela a importância crucial da intencionalidade dos projetos, e portanto localiza o design dentro dos regimes de atualização por vontade, em oposição à atualização por necessidade. Ou seja, o resultado dos projetos não deve ser compreendido como uma série de consequências inevitáveis de causas bem definidas, mas como possibilidades de ação, ou potencialidades. Entende-se que o projeto visa aumentar o potencial dos produtos, porém isso pode ser pensado de duas maneiras: ou como convergência em direção a um ótimo, ou como divergência que aumenta a abrangência. A convergência tende a se apoiar em causas necessárias, que permitem mais estabilidade e previsibilidade. A divergência prioriza os valores que motivam o projeto, enfatizando a relevância mais que a previsibilidade. Assim, essas estratégias constituem dois modos de pensar no design, de um lado o pensamento estático, do outro o pensamento dinâmico. Considerando as formas em si mesmas, em separado, obscurecem-se as transformações sofridas por elas, e isso tende a produzir um pensamento estático. Considerando a intencionalidade dos projetos, revelam-se as relações das formas com valores em constante transformação, e portanto isso tende a produzir um pensamento dinâmico. A partir do pensamento estático, o projeto é compreendido como se estivesse fora do tempo, criando formas perfeitas ou atemporais, ao passo que o pensamento dinâmico localiza o projeto dentro do momento em que ele é realizado. Os dois pensamentos podem ser complementares, porém o pensamento estático é muitas vezes adotado irrefletidamente, como um pressuposto. Propõe-se então uma reinterpretação do design a partir de uma perspectiva dinâmica, que se engaja com as mudanças intrínsecas ao processo de projeto, utilizando o tempo como um instrumento conceitual para compreender o projeto.

30 set 2021
Marcio Baraco
PPDESDI Doutorado

A construção do design como objeto de pesquisa

A pós-graduação em design requer práticas de pesquisa mais elaboradas do que aquilo que é denominado de pesquisa no lugar comum, e que muitas vezes é incorporada como uma "fase de pesquisa" nas metodologias de projeto. Essa pesquisa acadêmica tem por objetivo primário a construção do conhecimento, e portanto precisa enquadrar seu objeto de investigação de tal maneira que os conhecimentos obtidos pela pesquisa sejam de alta qualidade. No Brasil hoje as práticas de pesquisa no nosso campo ainda encontram dificuldade nessa construção, tornando-se dependentes de outras tradições de pesquisa para fazer essa construção (como o ergodesign, design-antropologia, inovação e marketing, e assim por diante). Esse aperfeiçoamento da pesquisa depende, em última análise, de bases epistemológicas bem estudadas na filosofia da ciência, mas que dependem de avaliações de qualidade dos conhecimentos que não são feitas em absoluto, como verdades independentes, mas mediadas pela subjetividade dos pesquisadores.

Marcio Baraco