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Romulo do Nascimento Pereira

Doutor em Design pela Escola Superior de Desenho Industrial Esdi/UERJ [2020]. Mestre em Letras e Artes pela Universidade do Estado do Amazonas UEA [2014], com especialização em Docência para Educação Profissional e Tecnológica pelo IFRR [2022]; especialista em Artes Visuais: Cultura e Criação pelo Senac-AM [2010]. Formado em Desenho Industrial pela Universidade Federal do Amazonas Ufam [2001]. Atualmente é professor EBTT do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense IFF. Atua há mais de vinte anos como designer gráfico e diretor de arte de publicações. Desenvolve pesquisas nos seguintes campos: memória gráfica, design da informação, história do design, artes visuais, estudos em design e memória cultural da Amazônia. Em 2019 iniciou o projeto artístico Escambro trocas impressas, integrando pesquisa e produção cultural. Autor do livro ~ Impressões do Amazonas 1851-1910: memória gráfica e aspectos da história cultural ~, trabalho premiado como melhor ensaio histórico no Prêmio cidade de Manaus de Literatura, em 2021.

Projetos
PPDESDI Doutorado

Impressões do Amazonas (1851 a 1910): memória gráfica e o desenho do circuito de comunicação impressa

A motivação para a realização desse trabalho partiu da identificação, pelo autor, da oportunidade de se avançar em pesquisas sobre a produção gráfica na Amazônia como contri- buição para a história do design e da cultura material brasileira. Pretendeu-se, especificamente, descrever o processo de instalação e desenvolvimento da atividade de produção gráfica no Amazonas de 1851 a 1910. A base metodológica adotada inspira-se nos estudos que vêm sendo produzidos pelo grupo Memória Gráfica, a partir dos quais foram aprimorados procedimentos e técnicas de coleta, análise e fichamento dos artefatos estudados. A maior parte dos produtos impressos analisados são jornais, além de edições e folhetos governamentais, revistas, almana- ques, anúncios e efêmeros. A despeito da heterogeneidade dos artefatos encontrados e do amplo recorte temporal, procurou-se unificar o modelo de registro para preservar os diferentes dados sobre a sua produção gráfica e o circuito profissional ao qual pertencem. O que permitiu à in- vestigação, junto a diversas referências e trabalhos, articular o estudo em três arcos que buscam caracterizar melhor as etapas de desenvolvimento da atividade gráfica amazonense, a saber: (I) nascente impressa – fase inicial com os primeiros marcos desde a instalação da pioneira oficina tipográfica (1851) e o surgimento dos primeiros agentes do circuito de comunicação impressa até a fixação de atividade e início da diversificação do produto impresso tendo como marco o registro de uma das primeiras edições literárias do Amazonas (1869); (II) o estabelecimento tipográfico em dois tempos – etapa observada a partir de um número maior de fontes dispo- níveis, quase sempre jornais, e neles os anúncios, notas e informações gráficas a partir de 1870 até 1889, que propiciaram uma narrativa mais detalhada sobre os profissionais gráficos, e a expansão e modernização do circuito, apesar da permanência de antigas limitações; (III) im- pressões da belle époque – período de intensas trocas comerciais e de grande progresso material em Manaus com reflexos direto na ampliação, modernização e especialização da atividade gráfica a partir do uso de novos processos de impressão, composição e reprodução da imagem, que exigiram maior planejamento dos produtos impressos publicados com grande perícia e melhor acabamento de 1890 a 1910. A tese propiciou ainda a organização e visualização de cenários e informações produzidas a partir dos registros nas fichas e de apontamentos tomados de outras fontes, como o extenso uso da plataforma da Hemeroteca Digital da Biblioteca Na- cional. Ao se estudar a memória gráfica e o desenho do circuito de comunicação impressa no Amazonas observou-se a ampliação e diversas mudanças na paisagem tipográfica e na cultura impressa local no intervalo de apenas 60 anos. Um movimento que o trabalho captou em diver- sas impressões que também fazem a crônica do desenvolvimento econômico, social e cultural da região amazônica.

16 dez 2020
Romulo do Nascimento Pereira