--gray-1
--gray-2
--gray-3
--gray-4
--gray-5
--red-1
--red-2
--red-3
--red-4
--red-5
--yellow-1
--yellow-2
--yellow-3
--yellow-4
--yellow-5
--green-1
--green-2
--green-3
--green-4
--green-5
--blue-1
--blue-2
--blue-3
--blue-4
--blue-5
--purple-1
--purple-2
--purple-3
--purple-4
--purple-5

Rodolfo Capeto

Rodolfo Capeto é designer graduado em 1980 pela Escola Superior de Desenho Industrial, onde é também professor desde 1992 e onde foi diretor por dois mandatos (2008-2015). Suas áreas principais de estudo e ação profissional são a tipografia, o desenho de tipos, o design de informação e o editorial, mas atuou em campos diversos, da divulgação científica ao cinema. Foi autor da identidade visual de entes públicos e privados, e um dos pioneiros, no país, dos processos digitais no design, desenvolvendo, já em 1983, um formato proprietário de fonte vetorial. Projetou, em 2001, uma nova família de tipos para o Dicionário Houaiss, o maior da língua. Coordenou a realização do livro 5 anos na Esdi (2010), que apresenta os projetos aqui realizados entre 2005 e 2009. Compôs o Conselho Editorial de Design da editora Cosac Naify, de 2006 até seu fechamento, e integrou o steering committee do “ Design Education Manifesto”  do Icograda (atual Ico-D), publicado em 2011. Como pesquisa pessoal, tem estudado a história urbana da região do Passeio, especificamente a área ocupada pela Escola Superior de Desenho Industrial.

Áreas de interesse
tipografia comunicação visual
Orientador / Co-orientador
Graduação Design

Tipos sobre trilhos: o Rio, os bondes e a herança tipográfica carioca

O presente trabalho tem como objetivo levantar a historiografia de formas de letra que tenham tido importância histórica e cultural no Rio de Janeiro, Brasil. Considerando o desenvolvimento da cidade, o trabalho volta-se para a malha de bondes que a cobriu entre 1868 e 1966 e que teve papel decisivo na sua configuração espacial e social — tanto por suas funções utilitárias quanto por sua importância cultural.

Nesse âmbito, o projeto aborda os sistemas de comunicação que apoiavam os caminhos de ferro urbanos, tais como mapas e placas e especialmente os indicadores de rotas e destinos dos bondes. Estes últimos porque mantiveram um estilo coeso durante 60 anos, apesar de pintados à mão e por apresentarem soluções sofisticadas e engenhosas para o problema da legibilidade em veículos e da ocupação do espaço, ao seguir teorias de legibilidade em voga na época e se utilizar de formas de letra adaptadas especificamente à expansão e compressão horizontal.

A fim de contextualizar os letreiros de bonde cariocas historicamente, mas também nos campos maiores da sinalização de veículos, da legibilidade, do lettering e da tipografia, um levantamento mostra as origens estadunidenses dessas formas de letra, o impacto que os letreiros de bonde tiveram na cultura visual carioca, as características formais dos letreiros que apresentam interesse tipográfico e a relação destes com outros caso de tipos desenvolvidos para a sinalização em veículos.

A partir da descrição e contextualização desse modelo histórico de letreiro carioca de grande importância cultural, é desenvolvida uma família de tipos digitais que reinterpreta as formas de letra dos letreiros de bonde, usando as soluções engenhosas e ingênuas do letristas de bonde, mas adaptando as formas de letra para o funcionamento em contextos contemporâneos de sinalização.

São descritas todas as etapas de produção dos tipos, incluindo o planejamento, desenho espaçamento, kerning e geração de ferramentas programáticas personalizadas, finalmente concluindo com apontamentos para a implementação das soluções formais do século XIX na sinalização do século XXI a partir do uso destes tipos digitais.

2015
Álvaro Franca