Teorias do envolvimento para práticas de autonomia: desenhando outros territórios em um mundo em transe
A partir do chamamento a um “planejamento orientado por teorias do envolvimento”, proposto pela socióloga Ana Clara Torres Ribeiro, a pesquisa procura realizar um trabalho de ligação, costura, enredamento entre autores, teorias, práticas e praticantes dos territórios através da realização de uma cartografia que se propõe a contar histórias - exemplos - capazes de afetar e proporcionar vislumbres desde seus modos de fazer, de teorias do envolvimento que forneçam ferramentas para ajudar a ação social a disputar futuros desde os vários mundos do presente. A intenção é contribuir com a formulação da crítica ao modelo de progresso e à noção de desenvolvimento construídos na modernidade e nos processos político-culturais do século XX a partir do campo da arquitetura, urbanismo, design e planejamento urbano. Desenhando três imagens de envolvimento como ponto de partida — (1) autonomia e territórios de comuns (2) bem viver e lugares de descolonização do pensamento (3) sonhar, fabular e contar outras histórias — a pesquisa investiga 'microecologias críticas', entendidas como lugares, movimentos, coletividades, territorialidades, construídas e mantidas através de práticas de autonomia e processos luta e cooperação que apontem caminhos para a construção de uma agenda de transformação de paradigmas para o pensamento e a ação sobre o urbano, a terra e a vida coletiva no contexto da atual crise civilizatória e ambiental que podemos associar à palavra Antropoceno.