Teses e Dissertações

A identidade visual da Coleção dos Cem Bibliófilos do Brasil, 1943/1969
Este trabalho versa sobre a identidade visual de uma coleção de livros sem um projeto gráfico com padrão de repetição entre eles. A coleção em questão é da Sociedade dos Cem Bibliófilos do Brasil, editada por Raymundo Ottoni de Castro Maya, entre as décadas de 1940 e 1960. A contribuição do estudo desta Coleção ao campo do design é a reflexão sobre quais as considerações de identidade visual são necessárias para se projetar, no caso, uma coleção de livros, mas que se estende às demais áreas do design gráfico.


A identidade visual transitória: novas necessidades como novas possibilidades
Esta dissertação tem como tema a identidade visual transitória, através de uma análise histórica dos fatores contribuintes ao seu surgimento e evolução, assim como das mudanças sociais e culturais, dos avanços tecnológicos e da expansão do campo do design. Realizou-se uma avaliação das definições apresentadas por autores referentes ao tema, de acordo com sua eficácia teórica e desenvolveu-se um novo conceito mais adequado às características fluidas destes projetos. Analisou-se conceitualmente as terminologias adotadas a esta alternativa projetual como dinâmica, mutante, flexível e cambiante e propôs-se a utilização de um novo termo transitório atento à qualidade efêmera das variações de um sistema flexível e responsável por alternar o foco do objeto ao processo, indo do tangível para o intangível. As características e qualidades dos modelos de classificação elaborados por quatro autores a saber: Ulrike Felsing (2010), Irene Van Nes (2012), Emanuel Jochum (2013) e Jair Alves da Silva Junior (2015) foram examinadas e apresentou-se um novo modelo responsável por tornar mais particularizada a categorização das identidades visuais transitórias. Um modelo construído sobre três pilares: executivo (técnico), motivador (cognitivo) e visual (formal). Para sua validação, foi realizada uma seleção de cinqüenta projetos brasileiros desenvolvidos entre os anos de 2012 e 2016 permitindo a realização inédita de uma análise quantitativa sobre a alternativa projetual no cenário nacional e uma aplicação prática da metodologia proposta. O modelo se mostrou eficaz em seu objetivo, por possibilitar a realização de uma categorização mais específica possibilitada por uma maior quantidade e precisão de categorias e atenta às suas características particulares.

Fundamentos do Design de Aloísio Magalhães: Design BR 1970
Aloísio Magalhães foi um dos iniciadores do Design brasileiro na prática profissional, no ensino acadêmico, na institucionalização da atividade, e na reflexão sobre sua natureza técnica , e social. O seu projeto para a Petrobrás desenvolvido entre 1970 e 72, realizado por seu escritório no auge da sua carreira como designer, é o melhor testemunho da sua ação nesse campo, pela importância desta companhia para o país, pela abrangência do projeto (do cartão de visita aos tanques de refinarias) metodológica e mesmo lingüística que representou-se podemos estender este termo à linguagem visual. Particularmente disponho de posição única para realizar esta pesquisa, por ter trabalhado grande parte de minha vida profissional com Aloísio, por ter trabalhado especificamente e intensamente neste projeto, e ainda por não ter participado de sua concepção inicial. Além disso, tenho desde então atuado como designer nesta área de distribuição de petróleo, e acumulado informação sobre este mercado ao longo de 3 décadas, o que me ofereceu vasto material de análise. Por isso, embora meu foco seja o projeto de Aloísio e equipe em 1970, para compreende-lo é fundamental analisar o que havia antes e o que veio depois, o que permaneceu do projeto, e o que mudou. Deste estudo tiro 2 conclusões principais: 1) Que o projeto de sistemas gráficos ou de produtos é a forma do designer resolver o paradoxo entre necessidades opostas do processo de design, como a diversidade dos objetos de comunicação visual de uma empresa e sua unidade visual. 2) Que o processo de trabalho de Aloísio Magalhães oferece rico material de análise sobre o processo de Design..


O designer como o responsável por preservar a identidade da marca ao longo da produção das coleções de moda
Esta pesquisa examina a responsabilidade do designer de moda na manutenção da identidade de uma marca, uma vez que é ele quem concretiza as ideias na criação dos produtos. O objetivo principal deste estudo é averiguar o que pode ser guardado como registro das criações das empresas de moda, contribuindo para que os designers da área sejam capazes de elaborar seus próprios repertórios de informações e consultá-los para construir a identidade entre: as peças, a marca e as coleções anteriores. A primeira fase da tese consiste em uma revisão da literatura, especialmente acerca do tema coleção de moda . Na segunda fase é feita uma análise das coleções de moda no processo de design. A partir de então, junto com os orientadores, pontuamos os principais tópicos que um designer precisa dominar para projetar peças de vestuário. Salientamos que este estudo é válido para as demais áreas do design uma vez que tratamos do cruzamento de dados tangíveis e intangíveis que auxiliam o designer a vislumbrar soluções no processo criativo. As fases preliminares deram suporte à terceira fase, que consiste em confrontar a teoria com a prática para verificar a aderência entre elas. Isto foi feito por meio de entrevistas com profissionais e visitas à empresas de moda no Rio de Janeiro. A pesquisa resultou não somente em uma sugestão do que pode ser guardado, como também em uma reflexão sobre a qualidade dos dados que podem ser guardados, a fim de garantir a visualização da identidade da marca ao longo de tempo. Consideramos que este trabalho contribui para enfatizar a importância do papel do designer para a indústria da Moda.


Que leão é esse? Significados de leões em marcas comerciais em Pernambuco entre 1904 e 1920
No Brasil, Juntas Comerciais, leis e demais instituições que têm por finalidade proteger marcas por meio de registro começaram a ser criadas em 1876. A Junta Comercial de Pernambuco remonta a essa data. O acervo relativo aos seus primeiros 50 anos se encontra digitalizado e é objeto desta pesquisa. Nesse acervo, é possível constatar que algumas representações são recorrentes e, entre elas, a de maior incidência é a do leão, em especial o “Leão do Norte”. O leão se tornou representante de Pernambuco e muitas vezes representa também pessoas ou grupo de pessoas que por lá nasceram. Nesta dissertação, sob a luz da semiótica de Charles Sander Peirce, são traçados os caminhos dos vetores socioeconômicos e culturais que conferem significação ao signo do leão tornando o Leão do Norte um símbolo de Pernambuco e dos pernambucanos e como ele passa a operar em marcas comerciais. A descrição desses vetores teve por objetivo buscar respostas para alguns dos muitos questionamentos suscitados, entre eles: Que Leão é esse? De onde vem esse codinome “Leão do Norte”? Como ele passa a fazer parte do mundo comercial e industrial do Estado no registro oficial de diversas marcas no período em foco? Por fim, foram analisados individualmente doze registros, num recorte temporal entre 1904 e 1920, que apresentam o leão. Nesses registros, observam-se as transformações na apresentação visual e na identidade por que passa o leão, para melhor se adequar à atividade de leão vendedor.
