--gray-1
--gray-2
--gray-3
--gray-4
--gray-5
--red-1
--red-2
--red-3
--red-4
--red-5
--yellow-1
--yellow-2
--yellow-3
--yellow-4
--yellow-5
--green-1
--green-2
--green-3
--green-4
--green-5
--blue-1
--blue-2
--blue-3
--blue-4
--blue-5
--purple-1
--purple-2
--purple-3
--purple-4
--purple-5
PPDESDI Doutorado

O livro de arquitetura no Brasil

Resumo

Os estudos desenvolvidos durante o mestrado estão ancorados nas relações transversais entre arquitetura e o design gráfico; o livro de arquitetura contribui para o debate disciplinar e o contrário também é verdadeiro: a cultura do livro é fomentada pelo tema da arquitetura. Projeto e planejamento, decisões e escolhas, além da ação de agentes responsáveis pela existência material dos objetos, eram abordagens do meu repertório disciplinar (formação em arquitetura) que estavam à disposição para completar aquele ciclo de estudos. Porém, apropriando-se do método de pesquisa da memória gráfica e da cultura material me aproximei do objeto de análise procurando compreender a natureza estratégica da página do livro e das condições de sua realização, permitindo-me perceber como se dá a pesquisa em design. Como afirma Forty, “a aparência das coisas é, no sentido mais amplo, uma consequência das condições de sua produção” (2007, p. 12). Pesquisas semelhantes à que se pretende realizar foram desenvolvidas por Danilo Matoso Macedo na tese de doutorado em Arquitetura e Urbanismo “Biblioteca brasileira de arquitetura, 1551–1750”, orientada por Sylvia Fischer e apresentada na UNB em 2017, e Leonardo Caramori que apresentou a dissertação de mestrado “A biblioteca da Escola Politécnica de São Paulo e seus acervos de engenharia civil e arquitetura entre 1894 e 1928”, orientada por Solange Ferraz de Lima, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH/USP) em 2015. Apesar do hiato temporal entre os levantamentos bibliográficos e documentais realizados pelos autores, são estudos que fornecem pistas de pesquisa num universo disperso, porém específico. Macedo consultou inventários de acervos coloniais e selecionou autores brasileiros a partir de um levantamento em bibliografias gerais sobre o período (2017, p. 1-2), enquanto Caramori se debruçou sobre dois conjuntos documentais: papéis administrativos da biblioteca e da diretoria da Escola Politécnica de São Paulo, importante espaço de articulação política, profissional e intelectual de arquitetos e engenheiros na região de São Paulo (2015, resumo). Observei, na análise preliminar dessas referências, a omissão relativa à dimensão gráfica dos impressos, um campo de estudo ainda incipiente. A afirmação de Tavares que “a mudança do manuscrito para a impressão e dos desenhos feitos à mão para imagens reproduzidas mecanicamente” (2016, p. 19) beneficiou a cultura arquitetônica com a aquisição de códigos de representação foi também importante para a “valorização do trabalho de projeto sobretudo no livro ilustrado” (CARDOSO, 2005, p.161). Fato que justifica a presente investigação que busca compreender o livro de arquitetura como um produto industrial derivado de um projeto e suas dimensões como um produto social e cultural.

Resumo (Inglês)

The studies developed during my master's degree are anchored in the cross-cutting relationships between architecture and graphic design; the architectural book contributes to the disciplinary debate and the opposite is also true: book culture is fostered by the subject of architecture. Design and planning, decisions and choices, as well as the action of agents responsible for the material existence of objects, were approaches from my disciplinary repertoire (training in architecture) that were available to complete that cycle of studies. However, appropriating the research method of graphic memory and material culture, I approached the object of analysis seeking to understand the strategic nature of the book page and the conditions of its realization, allowing me to understand how design research takes place. As Forty says, "the appearance of things is, in the broadest sense, a consequence of the conditions of their production" (2007, p. 12). Research similar to that which we intend to carry out was carried out by Danilo Matoso Macedo in his doctoral thesis in Architecture and Urbanism "Biblioteca brasileira de arquitetura, 1551-1750", supervised by Sylvia Fischer and presented at UNB in 2017, and Leonardo Caramori who presented his master's thesis "A biblioteca da Escola Politécnica de São Paulo e seus acervo de engenharia civil e arquitetura entre 1894 e 1928", supervised by Solange Ferraz de Lima, at the Faculty of Philosophy, Letters and Human Sciences (FFLCH/USP) in 2015.  Despite the time gap between the bibliographical and documentary surveys carried out by the authors, they are studies that provide research clues in a dispersed but specific universe. Macedo consulted inventories of colonial collections and selected Brazilian authors from a survey of general bibliographies on the period (2017, p. 1-2), while Caramori looked at two sets of documents: administrative papers from the library and the board of the Polytechnic School of São Paulo, an important space for political, professional and intellectual articulation of architects and engineers in the São Paulo region (2015, summary). In my preliminary analysis of these references, I noted the omission of the graphic dimension of the printed matter, a field of study that is still in its infancy. Tavares' assertion that "the change from manuscript to print and from hand-drawn drawings to mechanically reproduced images" (2016, p. 19) benefited architectural culture with the acquisition of codes of representation was also important for the "valorization of design work, especially in illustrated books" (CARDOSO, 2005, p.161). This justifies this investigation, which seeks to understand the architectural book as an industrial product derived from a project and its dimensions as a social and cultural product.