Projetos

Florescer nas frestas: continuidades entre agroecologia e design
O design, enquanto campo de produção de conhecimento e materialidade, contribuiu de muitas formas para um estado de colapso ambiental em âmbito global que ameaça as possibilidades de futuro da humanidade. Por outro lado, estando aberto para ser reformulado, este também pode assumir o papel de colaborador em processos de regeneração de habitabilidades locais, sendo redirecionado no sentido de uma prática mais sensível e cuidadosa para com a manutenção da vida. O que se propõe com essa pesquisa é buscar entender os possíveis entrelaçamentos entre agroecologia e design enquanto habilidade de resposta a tal conjuntura de crise sistêmica. Para isso, a partir do campo do Design Anthropology, foram investigadas as dinâmicas de associações multiespécies em sistemas agroflorestais no contexto do assentamento da reforma agrária do MST Mário Lago, na cidade de Ribeirão Preto - SP. Tecendo diálogos entre design, ecologia e antropologia, procurou-se vislumbrar a colaboração entre humanos e não humanos, a fim de compreender as potencialidades desses atravessamentos na reinvencão do campo do design no sentido do cuidado da vida. Observando como formas de vida florescem e se atravessam em meio às ruínas do Antropoceno, o design se torna uma ótica de investigação assim como um aprendiz dessas relações multiespecíficas que, aliado à agroecologia, pode contribuir no processo regenerativo de habitabilidades que simultaneamente produzem de comida, biodiversidade, florestas e culturas.

Sobre design e patrimônio cultural: o Bumba meu boi em exposição na Casa do Maranhão
O Bumba meu boi é uma manifestação cultural marcante da cultura popular maranhense. No ano de 2011 recebeu o título de Patrimônio Cultural da Humanidade, obtendo ainda mais espaço para a sua apresentação e exposição. Nesta perspectiva, fortaleceu-se sua importância dentro do espaço da Casa do Maranhão - museu que tem por missão contar a história do Maranhão. Diante desses aspectos, esta pesquisa tem como objetivo apresentar, primeiramente a manifestação, seus rituais e mecanismos de resistência, depois uma descrição do acervo de exposição e por fim uma análise das falas dos agentes que mediam essa exposição com o público. A partir da descrição e análise do que envolve a exposição a dissertação propõe alguns questionamentos sobre os modos com que o saber-fazer do design pode contribuir para a construção da memória de um determinado bem cultural, como o Bumba meu boi. Aliando observação participante à análise do projeto expográfico, o trabalho se propõe também como um experimento na interface entre design e antropologia.
