
Mariana Alves Monteiro
Doutoranda no Programa de Pós-Graduação da Escola Superior de Desenho Industrial da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (início em 2024). Mestre em Design (2023) pelo mesmo programa e graduada em Desenho Industrial Projeto de Produto e Projeto de Programação Visual pela mesma Escola (2015). Fez intercâmbio de graduação em Graphic Design pelo programa Ciência sem Fronteiras (2013-2014) na University of East London (Reino Unido). Sua pesquisa de doutorado investiga as relações entre festas e festejos de rua e o desenho da cidade.Tendo experiência prévia como designer visual principalmente nas áreas de Cultura, Tecnologia e Inovação, nos últimos anos tem atuado como designer de serviços, especialmente para instituições de seguros e de saúde.

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A comunicação faz parte da vida do homem como ser social. Ao longo de sua existência, a humanidade desenvolveu inúmeras formas de se comunicar, assim como novas mídias inspiradas nessas novas formas. A mensagem, elemento fundamental na comunicação, está em constante transformação devido a diversos fatores, desde os indivíduos envolvidos até os meios, passando pela linguagem, o tempo, a memória, entre muitos outros. Este trabalho visa demonstrar esses processos que fazem parte do caráter transformável da mensagem através de uma exposição que exibe uma série de sequências audio-visuais, resultados de experimentos baseados no jogo de telefone-sem-fio. Tal objetivo pauta-se no pensamento de que o designer é um agenciador de campos heterogêneos, e é capaz, portanto, de unir pensamentos de diferentes áreas em prol de ideias e demonstrações destas. Assume-se, portanto, que o resultado deste projeto não será unicamente prático, mas sim o processo de uma reflexão demonstrada de formas visuais, presenciais e didáticas.


Festa, espaço e encontro: táticas de insistência em meio à turbulência de uma pandemia
Partindo da pergunta "O que acontece com a roda quando não pode fazer roda?", o estudo é uma investigação sobre adaptações realizadas por coletivos no sentido de garantir que festas e festejos populares se mantivessem ativos durante e após a pandemia de Covid-19. Percebeu-se nestas adaptações – as quais ultrapassam o contexto pandêmico – foco especial no engajamento dos sujeitos em garantir a sobrevivência das pessoas a partir de redes de apoio, em criar espaços de encontro e em manter a continuidade da tradição para as novas gerações. Através dessa análise, a pesquisa faz uma leitura de um design-verbo que atravessa a vida cotidiana e o território, em um processo de elaboração contínua do presente, em alternativa à concepção do termo atrelado ao projeto e ao planejamento de uma condição futura. Sugeriu-se, assim, que indivíduos e coletivos desenham continuamente formas de insistir e de garantir a viabilidade da vida em contextos de precariedade e emergência e que festas e festejos participam do desenho da cidade, material ou imaterialmente.


Transformação dos espaços urbanos: circularidade e ressignificação a partir das festas populares
A partir de um olhar de brincante e designer, com atenção especial aos estudos de design e antropologia, utilizando de métodos de pesquisa qualitativa documental e etnográfica urbana, tenho como objetivo geral investigar a transformação de espaços a partir da festa. Essa investigação visa dar ênfase às espacialidades geradas pelo encontro entre os corpos coletivos em festa, criando desenhos efêmeros e duradouros de cidade, que é atravessada pela temporalidade dos ciclos festivos. Além disso, a pesquisa visa trazer reflexões sobre as dinâmicas sociais, políticas e econômicas no desenho da cidade e do território, levando em consideração processos de negociação e conflito na ocupação e habitação dos espaços compartilhados, assim como a circularidade presente nesses processos. Usando métodos de pesquisa com design, pretendo também documentar essas mudanças e processos através da criação de produtos visuais que dêem conta de processar e tangibilizar os achados de pesquisa.
