A implementação do design moderno no Brasil, ocorrida nas décadas de 1950/60 foi um momento de disputa entre visões divergentes sobre qual deveria ser a estrutura de uma escola de design num país economicamente subdesenvolvido, mas como umadiversidade cultural imensa. Nesta pesquisa, investigamos sobre movimentos de resistência crítica ao que estava sendo implementado como ensino e pedagogia em design moderno, no momento de sua institucionalização no país. A pesquisa, inserida no campo da história em design, olha em especial para três casos de projetos de escola desenvolvidos na década de 1960: a Escola de Desenho Industrial e Artesanato, projeto da arquiteta Lina Bo Bardi inserido no Complexo do Solar do Unhão, Salvador, Bahia, de 1961-64; o Centro de Estudos Universitários do Parque Lage, 1965, projeto da mesma; e a paralisação de 14 meses da Escola Superior de Desenho Industrial, entre 1968-1969, tentativa coletiva de reforma estrutural da escola. Nessa pesquisa desenvolvemos uma abordagem decolonial sobre a história do design no Brasil e buscamos recuperar um debate entre visões divergentes que guiaram os primeiros anos de instauração da educação e prática de design moderno no Brasil, quando se disputava em que medida o ensino deveria ser baseado em modelos externos, adaptados ou não, ou deveria ser formulado baseado nas condições da realidade sociocultural e econômica do país. Como uma maneira de imaginar como essas escolas poderiam ter funcionado, já que ficaram em projeto, as fabulações especulativa e crítica foram mobilizadas como ferramentas metodológicas. Acreditamos que investigar criticamente esses projetos pode nos ajudar a pensar o ensino de design hoje.