As crenças semióticas do branding como atuantes microfascistas na produção dos regimes de verdade
O presente trabalho parte da necessidade de expor como a parceria simbiótica entre branding e design reforça regras normativas e padronizadoras da produção de conteúdo visual mercadológico, que sustentam a colonização da subjetividade por práticas consumistas de discursos logocêntricos e fins capitalistas, focando na captura do desejo como principal recurso de dominação. A partir da análise dos discursos e comportamentos observados em 5 perfis presentes na rede social Instagram, pretende-se realçar o caráter tóxico da relação entre estética e capitalismo ao analisar as estratégias mitológicas e fetichistas utilizadas como forma de incentivo a vinculação e criação de afetos entre público e marca, usadas para endossar a produtificação da estética e a criação de personas como principal mercadoria, acarretando no consequente assujeitamento dos consumidores. Destaca-se o interesse em investigar os elementos não-discursivos associados aos fluxos de poder que possibilitam o surgimento e a conservação destes discursos - entender as dinâmicas políticas, linguísticas e mercadológicas que permitem a dominância desses saberes enquanto discursos de autoridade formadores de regimes de verdade; em outras palavras, pretende-se problematizar o princípio de formação desses saberes tornados autoridades, enquanto modelo de dominação simbólica colonial. Assim, o intuito é desenvolver percepções e reflexões sobre a colonização da subjetividade no fazer linguagem visual, levantar questões onde o design corrobora para a alienação das mentes e exclusão de formas de expressão não convencionais, reforçando o desejo reacionário por uma linguagem homogênea. Para isso, será utilizado o método arqueológico proposto por Foucault para situar esses discursos em territórios de codificação persuasiva e padronizada, identificando suas regularidades naturalizadas convertidas em mitos que funcionam como regras de formações discursivas, como também desvelar a natureza agenciada dos discursos, sua estrutura interna não unitária, composta pelos acontecimentos e singularidades que determinaram a sua condição de existência. Para contribuir com a sustentação dos argumentos, serão utilizados conceitos de Deleuze, Guattari, Foucault, Barthes, Pasolini, Rolnik, Adilson Citteli, W. J. T. Mitchell, Serroy e Lipovetsky como revisão bibliográfica desta pesquisa.
This work is based on the need to expose how the symbiotic partnership between branding and design reinforces normative and standardizing rules for the production of visual marketing content, which support the colonization of subjectivity by consumerist practices of logocentric discourses and capitalist ends, focusing on the capture of desire as the main resource of domination. By analyzing the discourses and behaviors observed in 5 profiles on the social network Instagram, the aim is to highlight the toxic nature of the relationship between aesthetics and capitalism by analyzing the mythological and fetishistic strategies used as a way of encouraging attachment and creating affection between the public and the brand, used to endorse the productification of aesthetics and the creation of personas as the main commodity, resulting in the consequent subjection of consumers. We are interested in investigating the non-discursive elements associated with the flows of power that make it possible for these discourses to emerge and be preserved - understanding the political, linguistic and marketing dynamics that allow these knowledges to dominate as discourses of authority that form regimes of truth; in other words, we intend to problematize the principle of formation of these knowledges that become authorities, as a model of colonial symbolic domination. Thus, the aim is to develop perceptions and reflections on the colonization of subjectivity in the making of visual language, raising issues where design corroborates the alienation of minds and the exclusion of unconventional forms of expression, reinforcing the reactionary desire for a homogeneous language. To this end, the archaeological method proposed by Foucault will be used to situate these discourses in territories of persuasive and standardized codification, identifying their naturalized regularities converted into myths that function as rules of discursive formations, as well as unveiling the agency nature of discourses, their non-unitary internal structure, made up of the events and singularities that determined their condition of existence. To help support the arguments, concepts from Deleuze, Guattari, Foucault, Barthes, Pasolini, Rolnik, Adilson Citteli, W. J. T. Mitchell, Serroy and Lipovetsky will be used as a bibliographical review of this research.