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Teses e Dissertações

311 itens encontrados
a-z crono
PPDESDI Doutorado

Design: portfólios de aprendizagem como artefatos cognitivos para a educação projetual

Como verificar o nível de Educação Projetual (EduP) de graduandos em Design, tendo em vista as evidências de aprendizagem produzidas para avaliação nas disciplinas de Projeto Final? A presente tese propõe que a resposta para a questão acima advém da Pesquisa para a Ciência do Projeto (Design Science Research), aplicada ao desenvolvimento de uma solução prática para um problema de cunho educacional. Enquanto artefato cognitivo, o Portfólio de Aprendizagem se constitui em um modelo para representação do processo de produção de conhecimento evidencia a Consciência Projetual (Design Awareness) de estudantes envolvidos com a documentação, curadoria e comunicação sistemática de textos, imagens, áudios, vídeos, hipertextos e hipermídias produzidas em situações de aprendizagem ba-seadas em projeto. Justifica-se a escolha da Design Science Research (DSR) como abordagem metodológica teórico–conceitual, a partir da qual se utiliza conhecimen-to científico com o objetivo de conceber artefatos que solucionem problemas práti-cos, desde as etapas iniciais de identificação e classificação do problema, fluindo em um ciclo condutor pelas ações de planejamento, desenho e implementação de um modelo de Portfólio de Aprendizagem, até a avaliação conjunta e comunicação dos resultados obtidos no processo, em termos do que se aprendeu especificamente sobre os modos de indicação dos níveis de EduP. A partir de entrevistas realizadas com professores e estudantes de disciplinas de Projeto Final de cursos de graduação em Design de Instituições de Ensino Superior atuantes na cidade do Rio de Janeiro, realizou-se um diagnóstico sobre o valor percebido do uso do Portfólio de Aprendizagem enquanto artefato cognitivo em sala de aula. Os conhecimentos — conceitos, constructos, modelos, métodos e instanciações — gerados através da reflexão, do diálogo e da colaboração entre professor– pesquisador, professores e estudantes, ao longo das etapas de planejamento, desenvolvimento e uso dos Portfólios de Aprendizagem, contribuíram para a identificação, definição e aplicação de uma rubrica de “Competência Projetual” com critérios e métricas indicativas de níveis de EduP. A observação e análise dos dados coletados indicam que os grupos de estudantes demonstram, individual e coletivamente, cada vez mais consciência de sua capacidade cognitiva, psicomotora e afetiva, à medida em que aprendem a documentar, selecionar e apresentar evidências das fases e etapas projetuais que vivenciaram durante o processo formativo. As revisões de literatura, surveys e en-trevistas com professores–orientadores e estudantes sobre a experiência prática de desenvolvimento e uso de Portfólios de Aprendizagem em sala de aula, dentre outros métodos e técnicas, serviram para a coleta e análise dos dados utilizados tanto na construção do quadro teórico–metodológico de referência da presente tese, quanto na definição das regras tecnológicas para projeto e desenho de uma instanciação do artefato cognitivo, isto é, uma “Plataforma Digital de Portfólio de Aprendizagem”.

30 mar 2021
Fabiano da Fonseca Ramos
PPDESDI Doutorado

“Nutrir com”: uma experiência degustativa sobre Design & Saúde

Neste trabalho, buscamos investigar como o design pode contribuir para a melhoria da saúde no Brasil. Com base em autores como Donna Haraway, Arturo Escobar e Pablo Solón, propomos que a saúde é relacional. Nesse sentido, entendemos que, para criar caminhos para resolver ou, no mínimo, amenizar os problemas atuais, precisamos compreender as relações que a conformam, pautando-nos pelo pensamento tentacular. Ao longo do texto fazemos um histórico sobre a saúde no Brasil, desde as lutas que originaram o Sistema Único (SUS) de Saúde brasileiro, até a identificação do território como uma pista fundamental para compreender a os emaranhados da saúde. O SUS é a materialização da saúde enquanto direito social e tem a participação popular como uma das suas diretrizes. Dessa forma, “participar” torna-se palavra-chave, ou mesmo verbo-chave, quando queremos falar de práticas relacionadas à saúde brasileira. Contudo, a participação é prejudicada pelo o que seria o seu oposto, a marginalização, que, como o termo indica, coloca certos grupos da sociedade à margem tanto das tomadas de decisão, quanto no pleno gozo das políticas públicas. Tomando- se essa problemática para o campo do design, acreditamos que, por meio das ações participativas, seria possível criarmos e estimularmos novas formas de fazer com, contribuindo para a autonomia em saúde. Como um dos parceiros da rede denominada Arranjo Local da Penha (ALP), o trabalho de campo foi desenvolvido com um grupo de mulheres, pacientes do serviço de nutrição da Clínica da Família Dr. Felippe Cardoso, localizada no bairro da Penha, município do Rio de Janeiro. O ponto de partida foi a decisão, por parte da prefeitura, de demitir diversos profissionais da Clínicas da Família, incluindo a nutricionista parceira do (ALP). Assim, iniciamos nossos encontros com o desfio de manter o grupo unido e de buscar formas de resistências frente às problemáticas enfrentadas na região. Utilizando ferramentas como dispositivos de conversa, de Barbara Szanieki e Zoy Anastassakis, e os provótipos, de Jared Donavam e Wendy Gunn, experimentamos uma produção material coletiva, por meio da qual observamos que fazer parte dos processos produtivos foi capaz de estimular autonomia e autoestima das mulheres. Além disso identificamos, para além das teorias, que a saúde é, na prática, simpoiética, inspirando-nos pelo termo “simpoiesis”, de Donna Haraway, através da percepção de que o afeto e o território são elementos que formam os tentáculos da saúde mental e ambiental. A parceria entre design, instituições de saúde, pacientes e movimentos sociais, nos faz refletir sobre o design como uma ferramenta capaz de “nutrir-com” novas relações e novos modos de vida frente a tempos turbulentos. Por fim, entendemos que o encontro entre o design e a saúde é necessariamente simpoiético, formando o campo Design & Saúde.

05 abr 2021
Camille Costa Moraes
PPDESDI Doutorado

Fora de série: valorização dos excessos de produção nas porcelanas Vista Alegre

O trabalho tem como objeto a utilização dos refugos de impressão das decorações de porcelana da bicentenária fábrica Vista Alegre, em Portugal, para desenvolver um método de produção inédito de peças originais de porcelana. O autor levanta questões de pensamento crítico sobre o processo criativo em design, as práticas artesanais inseridas na indústria, os limites conceituais e práticos entre unicidade e serialidade e sobre estratégias de trabalho colaborativo ao narrar as atividades no chão de fábrica para a criação de uma série limitada de peças que comprovam a viabilidade do método inventado.

06 abr 2021
Eliezer Nogueira do Nascimento Junior
PPDESDI Doutorado

Usabilidade de ícones em Ambientes Virtuais de Aprendizagem: uma análise pela ótica da neurociência e da experiência do usuário

Este estudo apresenta a análise da usabilidade de ícones em ambientes virtuais de aprendizagem, sob a ótica da neurociência e da experiência do usuário. A pesquisa foi realizada com base na Design Science Research, sendo, portanto, pautada em revisões sistemáticas da literatura de todos os temas abordados, obedecendo o rigor da metodologia proposta. Foi avaliada por meio de testes de usabilidade, como a avaliação heurística e a avaliação cooperativa, a carga cognitiva do usuário durante a utilização da plataforma de ensino a distância (EaD) da Fiocruz, e sua interação com a iconografia da interface. A contribuição da neurociência para esta pesquisa se deu durante a realização da avaliação cooperativa com a utilização do eye tracker e da espectroscopia funcional de infravermelho próximo (fNIRS) para mensurar a carga cognitiva do usuário, como sua atenção e seu engajamento, durante a interação com a interface e sua iconografia. Como resultado, tem-se a proposição de um conjunto de heurísticas HEAD, de caráter original e inédito, para ambientes virtuais de aprendizagem com foco na iconografia, como artefato para o desenvolvimento de interfaces com ícones mais representativos, que demandem um menor esforço cognitivo do usuário para sua compreensão, resultando em plataformas EaD mais intuitivas e eficientes.

09 abr 2021
Fernanda Mendes de Vuono Santos
PPDESDI Doutorado

Objetos ordinários: processos históricos de exclusão e de patrimonialização do design no Brasil

A história do design possui diferentes origens, no entanto, a escolha por narrativas que privilegiem uma ou outra filiação depende do discernimento e da influência política e cultural de quem está no lugar de decisão. Uma das origens das histórias do design brasileiro, no ensino e na produção, se vincula às artes aplicadas e industriais. Contudo, as artes aplicadas no Brasil possuem uma trajetória enigmática, tanto na maior instância de preservação, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), quanto na literatura. Sem assumir a ideia de um percurso histórico linear, das artes aplicadas ao design contemporâneo, esta tese argumenta que objetos ordinários que lhes são decorrentes estão espraiados em nossa vida pessoal e na esfera coletiva, seja pela presença física ou pelas memórias a vinculadas a eles. Sob o ponto de vista da história do design, a tese analisa dois momentos em que as artes aplicadas foram postas em foco ou em xeque nos debates de âmbito educacional, de produção (industrial e da cidade) e da preservação patrimonial – o ecletismo e o modernismo. Propõe-se um convite aos designers para refletir sobre o porquê do lugar dado a esta parte da história do design brasileiro e sobre os motivos que fazem com que designers não a reconheçam como elemento da história da cultura projetiva do país.

28 abr 2021
Moema David Oliveira
PPDESDI Mestrado

Design de informação persuasivo na disseminação estatística: heurísticas aplicadas à Agência IBGE Notícias

O IBGE, como instituição produtora de estatísticas que retratam a sociedade, precisa que o público acredite na validade de seus dados, principalmente em um ambiente de fake news e pós-verdade. Para suprir a ausência de processos persuasivos que atendam a essa necessidade, nesta pesquisa se elabora uma metodologia de análise heurística para o design de informação persuasivo, aplicado ao conteúdo da Agência IBGE Notícias, visando a identificação de problemas recorrentes no corpus avaliado. As heurísticas fundamentam-se no modelo de probabilidade de elaboração (ELM) e na literatura sobre design de informação, visualização e estatística. São propostas soluções para os problemas encontrados, envolvendo padronização de identidade visual, infográficos e disposição de elementos.

20 ago 2021
Guilherme da Costa Garcia
PPDESDI Mestrado

Inventariação de materiais pedagógicos acessíveis do Instituto Benjamin Constant

Centro de referência nacional na área da deficiência visual, o Instituto Benjamin Constant fabrica e distribui gratuitamente Materiais Pedagógicos Acessíveis para diversas instituições de ensino que atendam pessoas com deficiência visual; materiais que contemplam desde a educação infantil até disciplinas do ensino médio. Porém, é importante notar que além de certa burocracia na solicitação do pedido e a falta de informações detalhadas sobre o material, soma-se a isso tudo o fato de que muitos professores do Instituto também produzem diversos Materiais Didáticos Acessíveis para auxiliar as crianças no entendimento de algum conteúdo, contudo tais Materiais não são compartilhados, fabricados e muito menos distribuídos pelo próprio Instituto onde lecionam. O presente estudo tem como principal objetivo analisar e discutir alguns desses Materiais Pedagógicos Acessíveis criados e/ou utilizados por professores do Ensino Fundamental, do Instituto Benjamin Constant à luz da revisão de literatura, da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e do Design Universal. Como conclusões da pesquisa, foram observadas que, mesmo sem conhecimento prévio, os professores do Instituto conseguiram criar objetos pedagógicos acessíveis sem se desviar muito dos sete princípios e das vinte e seis diretrizes que regem o Design Universal e que é possível criar, entre eles uma prática de inventariação dos Materiais Pedagógicos Acessíveis com o intuito de compartilha-los.

24 ago 2021
Rafael Rizzaro de Almeida
PPDESDI Mestrado

Azulejaria do Coletivo MUDA: burburinho visual na paisagem urbana

A arte do Coletivo MUDA que se apresenta por meio da criação de painéis de azulejaria aplicados nos muros das cidades, e suas possíveis interferências nas cenas urbanas, se constitui no objetivo de pesquisa desta dissertação. O estudo apresenta e discute a formação de um possível novo capítulo na história da azulejaria brasileira a partir do trabalho desenvolvido pelo MUDA, no qual a cultura do grafite soma-se à tradição azulejar brasileira. No processo criativo realizado de forma coletiva, adotado pelo MUDA, observa-se a influência da filosofia de trabalho de coletivos contemporâneos, nos quais a criação e autoria são compartilhadas por meio da troca de saberes de seus integrantes. A literatura apresenta poucas referências sobre o coletivo carioca, sendo este um dos motivos pelos quais a pesquisa mergulha no trabalho de campo junto ao coletivo, mais especificamente em seu ateliê, acompanhando o processo de criação no ambiente em que nascem os projetos. O método de pesquisa adotado se deu primeiramente a partir da Revisão Bibliográfica Sistemática sobre o tema azulejaria tradicional e moderna, processos criativos colaborativos em coletivos atuais e visitas ao ateliê para observação dos métodos de trabalhos adotados pelo coletivo. A pesquisa apresenta ao final, um panorama sobre a trajetória criativa do MUDA, relacionando sua produção com os temas sobre o coletivo e a intervenção urbana. O trabalho busca contribuir assim com a disponibilização de material bibliográfico e visual sobre as atividades artísticas culturais produzidas na cidade do Rio de Janeiro, ampliando-se também para outros territórios, pois o alcance do MUDA é internacional. Mais do que lançar luz sobre o trabalho do Coletivo MUDA, a pesquisa buscou exaltar o modo de criação coletiva do grupo, pois as obras ao final ganham a assinatura de todos os integrantes. Este pensamento garantiu uma das características fundamentais deste coletivo e ajudou a sustentar o pensamento presente neste trabalho: somos seres coletivos. O fomento e a ampliação desta ideia podem trazer resultados interessantes tanto para o universo do design, quanto para os demais campos de atuação humana.

25 ago 2021
Marco Aurélio Fernandes
PPDESDI Mestrado

Recomendações para o projeto omnichannel no varejo: conectando gestão de canais e experiência do usuário cross-channel

 Os avanços tecnológicos evoluem o comportamento do consumidor através da interação com dispositivos móveis conectados à internet, realidade aumentada, QR- codes, inteligência artificial etc. Assim, a jornada de compra alterna entre os meios físicos e on-line e entre diversos dispositivos para que o cliente consiga o melhor custo/benefício/conveniência de produtos e serviços de maneira fluída e sem barreiras. Consequentemente, os varejistas encontram uma oportunidade de implementar o modelo omnichannel: integrar seus canais de venda para garantir uma vantagem competitiva e a fidelização do cliente (PIOTROWICZ; CUTHBERSON, 2014). Varejo Omnichannel e Experiência do Usuário Cross-channel são assuntos recentes e possuem poucas publicações que, de fato, orientem a implementação da estratégia relacionando os dois temas. Esta pesquisa define recomendações para o projeto omnichannel no varejo, considerando a experiência do usuário com base nos resultados de uma revisão sistemática da literatura, entrevistas semiestruturadas com gestores de canais omnichannel e avaliação heurística cross-channel (RENZI, 2016) com especialistas em experiência do usuário. A técnica é validada com a aplicação de um Grupo Focal realizado com esses mesmos especialistas. Os principais resultados deste estudo são: a baixa consideração do campo Experiência do Usuário no projeto Omnichannel; a mentalidade dos gestores e stakeholders ainda sob o modelo tradicional “em silos” do varejo que atrapalha e atrasa a implementação do omnichannel; questões financeiras e macro ambientais, as áreas financeiras do varejo precisam ser redesenhadas para atender a demanda de compras físicas e on-line, bem como a legislação, política de taxas e impostos no Brasil. Por fim, as limitações tecnológicas para integração dos canais não conseguem atender as demandas varejistas. Os sistemas de informação atuais não estão preparados para atender essas demandas e estabelecer o potencial do omnichannel.

31 ago 2021
Marcelo Alberto Guimarães
PPDESDI Doutorado

Método para análise de movimentos gestuais e sua aplicação em design de interação

 A presente pesquisa apresenta um estudo sobre a morfologia de gestos interativos freehands, gestos realizados com as mãos livres, considerados pelos usuários como naturais, executados em diferentes contextos culturais. Para a realização deste trabalho, foi necessário a abordagem de conhecimentos referentes ao Design de Interação, à interação gestual com o paradigma freehands, às interfaces naturais de usuário e aos conceitos referentes à cultura, que estruturaram uma base teórica pertinente ao objeto de estudo. Foi realizada uma simulação de interação gestual, seguida de uma entrevista semi-estruturada, tendo como amostra populacional discentes de pós-graduação em Design de duas instituições de ensino superior, em cidades com distintas origens e contextos culturais: a Universidade Federal do Maranhão – UFMA, em São Luís (MA) e a Escola Superior de Desenho Industrial, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – ESDI/UERJ, no Rio de Janeiro. A referida simulação consistiu em interpretações gestuais das ações resultantes de comandos comuns, no cenário de interação com software gráfico 3D, pelos usuários voluntários. Devido os cuidados para a contenção do contágio do Coronavírus, ainda muito intenso, as simulações ocorreram através de videoconferência, o que, de alguma forma, certamente influenciou na cognição das interpretações e construções dos movimentos interativos. Os dados obtidos através dos gestos executados foram descritos e analisados sob quatro parâmetros: postura assumida pela mão, localização, movimento e lateralidade, o que permitiu identificar detalhes pertinentes à sua morfologia e naturalidade, com valor para perceber os contrastes e similaridades entre os gestos interativos executados pelos usuários, discentes das escolas de Design. Em conjunto com os dados colhidos nas entrevistas e o arcabouço teórico delineado, a pesquisa concluiu que os atributos culturais assumidos pelos voluntários influenciaram no contraste entre os movimentos interativos realizados. Entretanto, a cultura tecnológica assumida por eles, em seus variados níveis de experiência, se apresentou como fator para a convergência das construções de modelos mentais e interpretações gestuais, resultando em movimentos interativos similares. Também foi observada a relevância do envolvimento direto do usuário nos estudos objeto da pesquisa, compreendendo sua forma de pensar a interação na simulação proposta. O que contribui para tornar a interface mais amigável e com a usabilidade positiva, para usuários de diferentes contextos culturais. Como desdobramentos da pesquisa, propõe-se a aplicação desta experiência para o desenvolvimento de interfaces gestuais freehands para artefatos tecnológicos destinados ao auto-atendimento público, visto a necessidade de evitar o toque nestes dispositivos, como forma de contenção do contágio do Coronavírus e suas variações.

03 set 2021
Inaldo Azevedo Maia Filho
PPDESDI Mestrado

Metodologia de desenvolvimento de produtos digitais com foco em UX: observação Participante em projeto da Fiocruz

Este estudo apresenta o registro do desenvolvimento de um produto digital para a Fiocruz. A pesquisa foi realizada com base na Observação Participante na qual o autor assumiu o papel de membro da equipe de desenvolvimento. Durante 15 meses foram registradas as etapas do processo de tomada de decisões projetuais. Na metodologia adotada constam os procedimentos de seleção das técnicas usadas no desenvolvimento do projeto: população, amostra, soluções aplicadas, entregas individuais, entregas coletivas, consumo de recursos, cronograma e testes. Os dados dos registros da Observação Participante foram cotejados com as categorias geradas nas entrevistas. Como resultado, tem-se listada uma série de sucessos e insucessos que objetiva servir como critérios norteadores para a melhoria na aplicação de metodologias baseadas em UX para desenvolvimento de produtos digitais.

19 set 2021
Eliseu da Silva Amaral
PPDESDI Mestrado

Os tempos do projeto: Design como processo dinâmico

Em geral o design é pensado a partir das formas, consideradas em si mesmas, mas alternativamente é possível partir das relações entre o design e outros agentes ou, numa escala mais ampla, entre o design e a sociedade. Essa análise revela a importância crucial da intencionalidade dos projetos, e portanto localiza o design dentro dos regimes de atualização por vontade, em oposição à atualização por necessidade. Ou seja, o resultado dos projetos não deve ser compreendido como uma série de consequências inevitáveis de causas bem definidas, mas como possibilidades de ação, ou potencialidades. Entende-se que o projeto visa aumentar o potencial dos produtos, porém isso pode ser pensado de duas maneiras: ou como convergência em direção a um ótimo, ou como divergência que aumenta a abrangência. A convergência tende a se apoiar em causas necessárias, que permitem mais estabilidade e previsibilidade. A divergência prioriza os valores que motivam o projeto, enfatizando a relevância mais que a previsibilidade. Assim, essas estratégias constituem dois modos de pensar no design, de um lado o pensamento estático, do outro o pensamento dinâmico. Considerando as formas em si mesmas, em separado, obscurecem-se as transformações sofridas por elas, e isso tende a produzir um pensamento estático. Considerando a intencionalidade dos projetos, revelam-se as relações das formas com valores em constante transformação, e portanto isso tende a produzir um pensamento dinâmico. A partir do pensamento estático, o projeto é compreendido como se estivesse fora do tempo, criando formas perfeitas ou atemporais, ao passo que o pensamento dinâmico localiza o projeto dentro do momento em que ele é realizado. Os dois pensamentos podem ser complementares, porém o pensamento estático é muitas vezes adotado irrefletidamente, como um pressuposto. Propõe-se então uma reinterpretação do design a partir de uma perspectiva dinâmica, que se engaja com as mudanças intrínsecas ao processo de projeto, utilizando o tempo como um instrumento conceitual para compreender o projeto.

30 set 2021
Marcio Baraco
PPDESDI Mestrado

Design e governo: uma investigação sobre a aplicação do design em laboratórios de inovação em âmbito governamental

Esta pesquisa visou investigar a partir de um estudo de caso como o design tem sido implementado na prática nos processos de inovação em instâncias governamentais brasileiras para resolver problemas capciosos e quais os benefícios dessa abordagem. Para tanto, acompanhou-se dois projetos desenvolvidos pelo (011).lab – Laboratório de Inovação da Prefeitura de São Paulo. Os projetos selecionados trabalhavam com questões complexas, interligadas, envolvendo diversos atores dentro e fora da Prefeitura e utilizavam do design como metodologia principal. A investigação iniciou-se a partir de duas hipóteses: (a) que o design era usado somente em etapas específicas do projetos e (b) que isso era causado por um entendimento de o que é design. Ela foi também informada por entrevistas com os integrantes do laboratório, pela literatura sobre design no governo, focando principalmente nas áreas de design de serviço e design participativo; e literatura referente ao conceito de inovação, analisando o cenário de inovação em governo e seu histórico no Brasil.

05 out 2021
Beatriz Carvalho de Castro Martins Ferreira
PPDESDI Doutorado

Design e administração pública: uma abordagem para a projetação da ação governamental

Ao longo das últimas décadas, os termos “design” e “design thinking” popularizaram-se no campo da administração pública, introduzindo novas possibilidades para a projetação da ação governamental. Consequentemente, diversos governos vêm assimilando o design thinking como instrumento para aprimorar o desempenho de políticas e serviços públicos, recorrendo à disciplina de design para a resolução de complexos problemas governamentais. Entretanto, tal assimilação parece delimitar a atividade projetiva a determinadas técnicas para a inovação, produzindo artefatos governamentais orientados à eficiência administrativa. Uma possível explicação para isso baseia-se no legado da disciplina de administração pública, e seu papel no desenvolvimento de uma racionalidade técnica no aparato governamental. Nesse sentido, tal desenvolvimento consolidou não apenas uma forma particular de pensar nas organizações públicas, mas também conceitos como “eficiência”, “desempenho”, e muitos outros que fornecem princípios e orientação estratégica para as atividades de design em nível governamental. Assim sendo, esse trabalho explora as relações entre “design”, “pensamento do design” e “administração pública”, investigando o design como uma abordagem para a projetação da ação governamental. Inicialmente, examina, a partir de método bibliográfico, possíveis interações entre os campos do design, administração de empresas e administração pública, caracterizando tanto opensamento do design no campo da administração pública, quanto as tradiçõessubjacentes a projetação da ação governamental. Para isso, mapeia historicamente conceitos-chave à investigação e resolução de problemas governamentais, identificando princípios e orientações estratégicas que configuram as práticas de design no setor público. Por fim, sugere uma matriz para a intepretação das relações entre design e administração pública, identificando três possíveis abordagens para o design na projetação da ação governamental.

03 dez 2021
Lucas do Monti Nascimento Cunha
PPDESDI Doutorado

Design de heurísticas para avaliação de sistemas de realidade virtual semi-imersiva

Esta tese apresenta o processo de criação de heurísticas novas para avaliar aplicações de realidades semi-imersivas. Insere-se no contexto do design de interação, especificamente na parte de design de experiência de usuário - UX (user experience design) com a utilização destes conhecimentos voltados para a tecnologia da Realidade Virtual (RV), semi-imersiva, ou não imersiva, também chamada realidade virtual de desktop. O foco da pesquisa é a usabilidade destas interfaces, especificamente a avaliação de como se percebe o uso destas. Para isto, são abordadas as avaliações heurísticas e as heurísticas de domínio específico para as aplicações de RV semi-imersiva com fins educacionais. Após extensa pesquisa bibliográfica, verificou-se a insuficiência de heurísticas existentes para o domínio da RV semi-imersiva, como também poucas, para RV em geral, sendo assim constituído nosso problema de pesquisa. Partindo do problema de pesquisa, encontramos na Design Science Research (DSR), a metodologia de pesquisa adequada para estruturar, organizar e orientar este trabalho. Seguindo as etapas da DSR, buscou-se os métodos e técnicas de geração de heurísticas, artefato selecionado para solução do problema levantado. A partir dos métodos estudados, desenvolvemos um método próprio composto por 8 etapas. Assim, desenvolvemos e propusemos um conjunto de heurísticas de usabilidade para aplicações educacionais de RV semi-imersiva, baseadas em informações e problemas de usabilidade encontrados em mais de 60 artigos, pesquisados na revisão bibliográfica. Estas heurísticas foram testadas e validadas por especialistas, utilizando também uma lista de controle, com heurísticas para RV em geral, seguindo as instruções da metodologia que propomos. Após análises estatísticas, os resultados indicam que as heurísticas propostas por esta tese obtiveram desempenho melhor que as da lista de controle, tanto na quantidade de erros gerais encontrados como na especificidade e qualidade destes erros, abordando aspectos que não são contemplados pelas heurísticas de controle e que ajudam a projetar aplicações melhores no domínio da RV semi-imersiva.

17 dez 2021
Diego de Jesus Penaforte Parreiras
PPDESDI Mestrado

O desenho na oficina: uma reflexão sobre o processo pedagógico na formação de desenhistas

A dissertação investiga as relações entre educação, design e formação pessoal em uma oficina de desenho no município do Rio de Janeiro. A investigação ocorreu mediante a observação de campo e entrevista com dez estudantes da oficina, abrangendo aspectos como o desenvolvimento da linguagem gráfica pictórica, as características pedagógicas da oficina e as diferenças entre o ensino formal e não-formal. O processo de análise das entrevistas propõe a correlação entre as dimensões do indivíduo, tempo pedagógico e linguagem gráfica que se relacionam entre si nas coordenadas dos interesses individuais, motivação, aprendizagem individualizada, tempo de aprendizagem, comunicação visual e percepção visual. A partir dos resultados, verificou-se a preponderância da linguagem gráfica verbal na formação escolar dos estudantes e como a oficina de desenho contribui para o desenvolvimento da linguagem gráfica pictórica. Identificou-se que a oficina favorece um ambiente de aprendizado flexível e individualizado, que valoriza os interesses individuais e respeito ao tempo de cada estudante. Observou-se que estas características são favorecidas pelo caráter não-formal de ensino, uma vez que os processos de aprendizagem não são conformados pelo currículo, pelos prazos e pela impessoalidade que marca o ensino formal. A partir das características observadas, discute-se a importância da autonomia e afetividade como elementos intrínsecos e não externos ao processo educacional. Ao fim, são tecidas considerações sobre o papel da linguagem gráfica pictórica para o desenvolvimento do pensamento projetual, como também para a formação de professores.  

03 mar 2022
Leonardo Oliveira da Silva Sidaoli
PPDESDI Doutorado

Design como modo de pesquisa coletiva no território: Experimentos, correspondências e cartografias

Esta tese aborda o design como modo de pesquisa coletiva nos territórios a partir da correspondência com os campos da antropologia e da educação. Parte de um experimento local, que ampliou o entendimento de espaço público às questões de interesse, para assumir o desafio de colocar o design entre diferentes escalas e dimensões do território, buscando articulações entre iniciativas locais e o planejamento estratégico das cidades. Entre correspondências e cartografias, explora uma perspectiva dialógica, crítica e política do design frente às questões de pesquisa, em campo, com as pessoas e os territórios, no sentido de mudança para uma postura de cuidado e atenção imanente para projetos que abarquem diferentes modos de vida. Para isso, desenvolve e analisa uma série de experimentos envolvendo design e participação em territórios, com grupos e lugares diferentes, que constituem a estrutura fundamental desta tese, estimulando movimento e diálogo entre teoria e prática: o projeto de mestrado no bairro do Rio Comprido; o Coletivo Baixo Rio, com atuação no mesmo bairro; o curso Mapa-Praça-Máquina na praça Tiradentes, no centro do Rio; oficinas realizadas em conjunto com pesquisadoras do LaDA, aplicadas em seminários acadêmicos, no Complexo da Maré e na Rocinha; atividades desenvolvidas no Colégio de Aplicação da Uerj (CAp-Uerj); disciplinas na graduação da Esdi- Uerj; o Plano Estratégico Metropolitano do Rio de Janeiro. Passa pela crítica ao projeto moderno de cidade pelas vias do planejamento urbano, refletindo sobre os desafios da participação e caminhos possíveis para engajamento político nos territórios por meio do design. Abarca ainda diálogos e conversações entre design e educação na relação com os territórios – de “ensino de design e de design no ensino”, enquanto espaços de aprendizagem coletiva que possibilitam o engajamento acerca de questões de interesse comuns, visando a transformação de contextos situados e a formação de sujeitos ativos, críticos e reflexivos para a cidadania. A partir das abordagens Design Anthropology, Codesign e “Design e/como Educação”, os designers atuam como co-investigadores ao buscar identificar questões, debater ideias e imaginar possibilidades futuras, sempre de modo engajado com o campo e as pessoas. Para isso, adotam ferramentas e métodos chamados “dispositivos de conversação” como espaços de encontro que reúnem agentes heterogêneos com diferentes conhecimentos e práticas para investigar questões de interesse e alternativas futuras em um processo dialógico e especulativo. Essas aproximações colocam o design como modo de pesquisa a partir de uma perspectiva transdisciplinar e dialógica que pretende identificar questões, articular saberes, construir pontes e estimular o debate para a transformação coletiva.

08 mar 2022
Mariana Borja Costard
PPDESDI Mestrado

Avaliação da eficácia da Realidade Virtual na Pré-visualização de Efeitos Visuais em filmes e séries

Essa dissertação teve como objetivo investigar e avaliar o uso da realidade virtual como ferramenta de pré-visualização de efeitos visuais em filmes e séries. Para isso foi feita uma pesquisa buscando encontrar e identificar os principais artigos publicados nos últimos anos cuja temática foi o uso da realidade virtual como ferramenta para pré-visualização de produtos audiovisuais. Foram utilizadas como bases de pesquisa as plataformas: BDTD, ACM SIGGRAPH e Google Acadêmico. Com essa amostra procura-se entender como esse assunto está sendo pesquisado no meio acadêmico e se ele tem tido alguma relevância no campo dos efeitos visuais.

10 mar 2022
Sergio Kiyohide Yamasaki
PPDESDI Doutorado

UX Research em Governo Eletrônico: recomendações para pesquisa e mapeamento de experiências do usuário em interações de Governo para Governo - G2G

Esta pesquisa tem como objetivo propor recomendações para a realização de pesquisa e mapeamento de experiências do usuário de governo eletrônico em interações do tipo Governo para Governo - G2G que auxiliem estrategicamente equipes de projeto na tomada de decisão e, para tal, foca em soluções de design de experiência do usuário para diagnosticar contextos construindo empatia e facilitar o alinhamento organizacional. A atenção deste trabalho é voltada para projetos de desenvolvimento de soluções de governo eletrônico móvel alinhados com as es- tratégias de transformação para governo digital, principalmente de órgãos e setores do governo federal que detém a gestão de políticas públicas de transferência de recursos descentralizados para os subníveis de governo. Atualmente, observa-se que as mudanças que a administração pú- blica vem passando nas últimas décadas acompanham as transformações tecnológicas. Políticas públicas são formuladas e implementadas com a participação da sociedade por meio de soluções de governo eletrônico. No entanto, o desa?o de uma con?guração abrangente da administração demanda a integração completa dos sistemas, com trocas de informações entre as diversas enti- dades governamentais, o que exige soluções inovadoras que atendam as interações de Governo para Governo - G2G, colocando o Design e suas metodologias como um elemento central para a atividade de projeto de serviços de governo eletrônico. Este trabalho foi conduzido por meio da metodologia Design Science Research - DSR que fundamenta e operacionaliza a condução da pesquisa quando o objetivo a ser alcançado é um artefato ou uma prescrição. A etapa teórica cobre uma revisão de literatura nas áreas de Governo Eletrônico, incluindo uma revisão siste- mática de literatura sobre o contexto de governo eletrônico móvel em soluções voltadas para cenários do tipo G2G; Design de Experiência do Usuário (UX Design) e uma revisão de lite- ratura em teses e dissertações sobre o Programa Dinheiro Direto na Escola - PDDE, principal instrumento de transferência suplementar de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia vinculada ao Ministério da Educação (MEC). A etapa prática desta tese foi realizada em ambiente real, com a proposição e aplicação de um conjunto de pro- cedimentos que combinam técnicas e ferramentas de Pesquisa de Experiência do Usuário (UX Research) e Mapeamento de Experiência. O método (artefato) proposto e a sua subsequente avaliação levam a resultados que servem de evidência empírica desta tese e são relevantes para de órgãos e setores do governo federal que detém a gestão de políticas públicas descentraliza- das e para o campo de Governo Eletrônico. Os resultados também são signi?cativos para as disciplinas de Design de Experiência do Usuário (UX Design), Pesquisa de Experiência (UX Research) e Design de Serviços.

15 mar 2022
Chaiane Thiesen Bitelo
PPDESDI Mestrado

Resíduos têxteis como matéria-prima no design de produtos em empresas da economia criativa e circular

Este estudo descreve os resultados de uma pesquisa sobre o projeto de produtos com resíduos têxteis como matéria-prima em pequenas e microempresas brasileiras da economia criativa e circular. A pesquisa, qualitativa, teve como suportes a revisão narrativa da literatura e a pesquisa de campo, na qual se utilizou as técnicas da análise documental e da entrevista semiestruturada constituída por formulário e pauta. O objetivo geral é descrever os processos de desenvolvimento de produtos em empresas que utilizam resíduos têxteis como matéria-prima principal, discutindo desafios inerentes ao reaproveitamento desse material. Para isso elegeu-se a população formada por empresários responsáveis pela criação dos produtos. A amostra foi composta por onze empresários especialistas em suas áreas de atuação. Os resultados da análise documental, cotejados com as respostas das entrevistas converteram-se em nove categorias. Os processos de categorização e sintetização estão descritos detalhadamente na seção de Resultados. A partir das categorizações das análises documentais e das respostas das entrevistas, obteve-se o elenco dos tópicos que eram relevantes para a amostra. Isso tornou possível organizar os resultados e sintetizá-los, chegando a três principais categorias de análise: a) design de produtos b) economia criativa e circular; e c) ciclo de vida dos produtos e reaproveitamento de materiais. A partir da análise, pode-se afirmar que essas abarcam os fatores basilares para o desenvolvimento de produtos sustentáveis que tem resíduos têxteis como a matéria-prima principal.

29 mar 2022
Dayane Cabral Ziegler
PPDESDI Mestrado

Design de comunicação visual nas Organizações da Sociedade Civil: perspectivas e práticas de um campo de atuação

As Organizações da Sociedade Civil no Brasil, ocupam um lugar de destaque na promoção da cidadania, na luta de direitos dos grupos menos privilegiados da população e no fomento da preservação do meio ambiente. Enquanto organizações, têm a necessidade de se comunicar com seus membros internos, umas com as outras e com o ambiente social que as cercam. O design de comunicação visual, com sua capacidade de projetar elementos gráficos e textuais simbólicos para concretizar narrativas visuais, é capaz de interferir no modo como as pessoas percebem produtos, serviços e marcas. Logo podem se tornar ferramentas poderosas para a comunicação organizacional das OSCs, não só para consolidar sua imagem institucional, mas para gerar mais eficiência, em termos de alcance e engajamento do público, de seus projetos e campanhas de mobilização social. A partir desse cenário, a presente dissertação de caráter exploratório e qualitativo, busca investigar as OSCs como um campo de atuação do design de comunicação visual, sob as perspectivas de práticas e produtos de design, e do papel estratégico que essa atividade profissional ocupa e pode ocupar nas Organizações da Sociedade Civil. Para isso, foram realizadas oito entrevistas com OSCs das cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, entre 2021 e 2022, além de uma breve contextualização histórica desse tipo de organização no país e do levantamento de um quadro teórico em design para fundamentar as análises elaboradas.

22 jun 2022
Bruno Leal Ventura
PPDESDI Mestrado

O projeto editorial de guias de arquitetura

Estudo sobre a natureza editorial e o design gráfico dos guias de arquitetura, que são artefatos editoriais voltados para o conhecimento do patrimônio edificado de uma cidade ou região, a fim de compreender a organização e a edição da informação sobre a arquitetura. O levantamento histórico demonstra que desde o século XVI circulam impressos com o propósito de comunicar sobre as formas, os usos e a beleza contidos em edifícios, incentivando os passeios e as viagens para ver arquitetura. Os métodos descritivo e analítico do campo de estudo da cultura material possibilitaram a compreensão dos aspectos singulares e das equivalências encontrados em publicações nacionais e estrangeiras, produzidas entre 1986 e 2020 que integram o corpus de pesquisa. Além das qualidades materiais e do caráter instrumental que singulariza esse gênero editorial, sua finalidade é identificada como actante, inserindo os guias de arquitetura numa rede de relações culturais e sociais que são mediadas por esses artefatos.

22 jun 2022
Maria Helena Röhe Salomon
PPDESDI Doutorado

Pensar o chão como atlas

A investigação busca levantar debates a partir da categoria chão: esgarçando, torcendo, fissurando, escavando o campo de possíveis que a categoria parece abrir. Mais do que oferecer respostas e enquadramentos definitivos, totalizantes, procura deslindar ideias de chão, reveladas através da análise de um conjunto polissêmico de materiais - obras de arquitetura, artes visuais, cidades, territórios, objetos, infraestruturas, paisagens - que reforcem seu lugar intervalar, ativador de forças e velocidades vazadas nas relações entre domínios distintos. Pensar o chão implica considerar um relevo complexo. Comumente, o chão é lido como uma superfície que acomoda os corpos e objetos atraídos pela força gravitacional, configurando-se como suporte comum a eles. Seres humanos e não-humanos coabitam esta superfície, trocando energia e intensidades entre si, mas, também, com os estratos das mais variadas densidades e materiais que sob ela repousam. Nas brechas entre este conjunto de camadas — superficiais e subsuperficiais — o chão condensa um tecido espesso onde reside a vida. A tese divide-se em três seções que configuram seus platôs: chão-atlas; chão-projeto; chão-menor. Nos platôs é feito o debate teórico-conceitual. Estes estão atravessados por ensaios textuais-visuais, denominados intervalos, nos quais são colocadas lado a lado imagens que, à primeira vista, não se aproximam por recorte temporal ou afinidade estilística, mas que podem encontrar em suas lacunas as coisas que não estão sendo buscadas. Sua arquitetura é desenhada por meio dessas três camadas que se atravessam: não há introdução, não há conclusão; tudo é desenvolvimento. Por isso mesmo, aceita expansões e retrações, fragmentações e agrupamentos. Há, no fim, algum desdobramento, uma especulação que envolve os impasses que a tese coloca e não exatamente se propõe a resolver.

24 jun 2022
Caio Carvalho Calafate
PPDESDI Doutorado

O que você sustenta quando se alimenta? Teoria ator-rede e o design das redes agroalimentares

Essa é uma tese sobre as redes organizadas para que tenhamos comida: as redes agroalimentares, que são aqui compreendidas de uma forma mais ampla do que as tradicionais cadeias de produção de alimentos, podendo incluir toda sorte de elementos, entre humanos e não humanos. Investigaremos um prato de comida na rede que lhe permite existir. As redes agroalimentares são aqui entendidas como algo projetado, e a ação de projetar não é atribuída a um sujeito projetista. Na rede, o projeto é diluído por tudo e todos que nela agem. O objetivo da investigação é traçar as conexões necessárias, entre os mais variados atores, para que a nossa alimentação esteja diariamente disponível em nossos pratos. Quando explicamos a rede que dá existência à nossa alimentação, somos também capazes de entender e explicar a inexistência e a indisponibilidade de comida para muitas pessoas. Utilizando como abordagem teórico metodológica a teoria ator-rede e a cartografia de controvérsias, inicia-se o traçado comparativo de duas redes, a partir de dois pratos de comida servidos nos dois lados da Rua da Lapa, no Rio de Janeiro. Em um lado, há o Refettorio Gastromotiva, ligado ao Social Gastronomy Movement, que oferece cursos de empreendedorismo social e gastronômico e prepara refeições com ingredientes não comercializáveis doados por comerciantes de alimentos, servindo tais refeições a pessoas que não têm o que comer. No outro lado, há o espaço de comercialização Terra Crioula, ligado ao Movimento Sem Terra, e que escoa a produção de assentamentos da reforma agrária do estado do RJ na forma de cestas e refeições elaboradas por um projeto de extensão universitária. A principal referência sobre a teoria ator-rede aqui utilizada é Bruno Latour. Como resultado, temos textos descritivos das duas redes, obtidos através de relatos feitos sobre visitas a campo nos dois casos. A partir dos textos, foi possível traçar algumas representações visuais das redes de elementos heterogêneos conectadas em função da questão agroalimentar nos dois casos recortados. Através de uma noção ampliada de projeto, é possível compreender que a conformação da rede se dá pela conjunção de coisas, pessoas, ideias associadas às custas de estabilizações para que, em uma certa realidade compartilhada, possamos contar com comida em nossos pratos diariamente. E, assim como a comida diária é um projeto, o desperdício, a escassez, a fome e a desnutrição também o são. O que se ganha com a ampliação da ideia de projeto quando imaginamos a dissolução do sujeito projetista em uma rede de conexões cambiáveis é a possibilidade de criarmos e construirmos ordenamentos concretos da realidade na qual existimos em grupo, além de podermos escolher nos juntar ou não a uma certa conformação de rede.

28 jun 2022
Flávia Menezes da Cunha Soares
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